Smith/Kotzen – “Better Days…And Nights” (2022)

Como é bom ver os meus guitarristas prediletos dando andamento a carreira juntos paralelamente a outros projetos. O que falar sobre Adrian Smith? Se você gosta de rock pesado com certeza sabe muito bem quem ele é, mas aos desavisados, o camarada é um dos maiores músicos da história do Heavy Metal tocando no seu maior expoente, o Iron Maiden, é claro! Mas e quem é esse tal de Richie Kotzen? Então, na minha modesta opinião, o americano é o maior gênio da música em todas as suas vertentes. Exagero, talvez, mas o escutem na sua prolífica carreira solo, Mr. Big, Poison, The Winery Dogs ou junto a um dos maiores músicos de Jazz-Fusion de todos os tempos, o baixista Stanley Clarke e depois venham me questionar. São mais de 40 discos (!!!) em 35 anos de carreira.
“Better Days…And Nights” segue o álbum homônimo de estreia lançado em 2021 com 4 músicas de estúdio e mais 5 ao vivo gravadas na recente tour da dupla pelos EUA e Grâ-Bretanha ainda no ano vigente e traz além de Adrian e Richie nas vozes e guitarras, os brasileiros Julia Lage no baixo e o exímio baterista Bruno Valverde (Angra). Minha única queixa é que a parte ao vivo poderia ter mais músicas, mas nada é perfeito.

A parte de estúdio tem o destaque para “Hate And Love“, faixa mais radiofônica da breve carreira de Smith/Kotzen” e a diferentona “Rise Again” criada em cima de um groove de bateria feita e tocada por Mike Portnoy, companheiro de Richie Kotzen no The Winery Dogs. Um fato curioso é que essa música é a única que apenas um da dupla assume os vocais sozinho, no caso Sir Adrian Smith comanda a voz, além de fazer o solo sozinho.

Ao vivo é que o bicho pega e a gente percebe nitidamente o quanto Julia e Bruno adicionaram aos arranjos e dando uma dinâmica absurda ao trabalho. Será um erro imperdoável se no próximo disco dos veteranos os brasileiros não estiverem presentes, principalmente Julia Lage. Com uma pegada e tonalidade surpreendentes, a nova baixista da banda Vixen mostra talento e versatilidade e não se intimidando em estar ao lado de duas lendas da música. Sim, Richie Kotzen é seu marido, mas tenho certeza que ela está na banda somente pelo seu inegável talento.

“You Don’t Know Me” na versão ao vivo ficou anos luz melhor de sua versão original, que aliás já era maravilhosa, e aconselho aos guitarristas não deixarem seus instrumentos de lado após o fim de quase 10 minutos de puro êxtase em termos sonoros. O fim chega com a incrível “Running” e seu refrão indefectível, além de uma performance de gente grande de Bruno Valverde.

Mais um lançamento excelente dessa improvável dupla e já fico no aguardo do próximo álbum, porém acho que vai demorar a acontecer devido a agenda insanamente cheia deles nas suas respectivas bandas (Iron Maiden e The Winery Dogs). Não tem problema, eu vou aguardar pacientemente com a certeza que virá algo muito acima da média.