Sonia Anubis acusa Burning Witches de abuso, exploração e falta de pagamento durante período na banda

A guitarrista Sonia Anubis, conhecida por seu trabalho no Cobra Spell e por ter integrado a formação da Crypta, tornou públicas experiências traumáticas vividas durante sua passagem pelo grupo suíço Burning Witches. Em uma sessão de perguntas e respostas no Instagram, a musicista denunciou abuso emocional, regras humilhantes e falta total de remuneração enquanto era membro oficial da banda.

Conforme noticiado pelo Whiplash, Sonia afirmou que nunca recebeu pagamento por seu trabalho no Burning Witches, apesar de ter gravado dois álbuns — Hexenhammer e Dance With The Devil — e participado de apresentações de grande porte, incluindo shows no Wacken Open Air.

“Isso não era uma banda ‘novata’ que ‘não tem como pagar’. Isso era uma banda corrupta que trata músicos sensíveis como lixo”, declarou.


Humilhações, controle e exigências abusivas

Nas respostas publicadas em seus stories, Sonia relatou que o grupo impunha regras rígidas e constrangedoras, como a obrigatoriedade de usar maquiagem o tempo todo, restrições para dar entrevistas e até limitações no uso do próprio nome artístico.

Ela descreveu episódios em que foi forçada a tocar por longos períodos em pé e submetida a comportamentos humilhantes que a deixaram emocionalmente abalada.

“Eu nunca fui paga […] e nunca soube a razão. Me comprometi integralmente e fui forçada a fazer várias coisas”, afirmou.

A guitarrista contou ainda que chorava frequentemente nos bastidores e que, até hoje, faz terapia para lidar com os traumas desse período. Por isso, escolheu concentrar sua energia na Cobra Spell e em sua carreira solo, onde diz encontrar um ambiente mais seguro para criar.


“Pior do que o Dogma”: padrão de exploração e ausência de contratos

Sonia também denunciou que outras integrantes do Burning Witches não recebiam remuneração justa, mesmo em shows e gravações de grande visibilidade — o que, segundo ela, configura um padrão de exploração profissional dentro da banda.

Comparando sua experiência com os relatos de ex-membros da controversa banda Dogma, ela afirmou:

“Burning Witches é pior. As integrantes do Dogma ao menos foram pagas e tinham um contrato. Eu não tinha nada. (Apenas) uma guitarra Jackson que comprei com meu dinheiro de desenvolvedora web e uma quantidade infinita de paixão.”


“Destruíram meu entusiasmo juvenil”

No encerramento do desabafo, Sonia afirmou que sempre evitou tornar sua história pública por medo:

“A lista continua e eu nunca falei minha verdade na internet pelo medo que me causaram. Luto diariamente com a experiência horrível que tive no Burning Witches. Elas destruíram o que era meu entusiasmo juvenil. Zombaram da minha felicidade e sempre encontravam um jeito de me quebrar.”

Até o fechamento desta reportagem, o Burning Witches não havia se manifestado sobre as acusações.


Retorno ao Brasil

Sonia Anubis volta ao país em 2026 para se apresentar com sua banda Cobra Spell no festival Bangers Open Air, em abril.

Foto: Emeraldpics Photography

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

One thought on “Sonia Anubis acusa Burning Witches de abuso, exploração e falta de pagamento durante período na banda

  • dezembro 13, 2025 em 1:29 am
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    Sem o que comentar, apenas chocada. Abraços!

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