Summer Breeze Brasil e o seu dia de estreia

Após muita ansiedade e expectativa para sua estreia no Brasil, finalmente chegamos ao final de semana do Summer Breeze em nossas terras.

O evento é um dos mais tradicionais na Europa, e quando anunciado que viria a São Paulo, muito se especulou sobre qual seria seu formato e claro, quais atrações viriam.

Com line up divulgado, que não deixou a desejar, o festival foi alocado no Memorial da América Latina e renderia dois dias de festividades, com muita coisa além dos shows, como exposição de tatuagens, stand de cd’s, livros, camisetas, além de espaços para crianças, área de alimentação e outras mais seções espalhadas pelo lugar.

E falando sobre isso, vamos começar pela escolha da ambientação. Em se tratando de um festival com atrações além das musicais, o espaço que comportou a enorme estrutura pareceu a mais certeira escolha possível. Os dois palcos principais, Hot e Ice Stage, ficaram lado a lado no primeiro pavilhão, sendo muito bem dispostos e dando uma ótima visão mesmo a quem estivesse mais ao fundo, sem contar a ajuda de grandes telões dispostos nas laterais. Já o Sun Stage, colocado no lado oposto a passarela, pareceu pequeno a algumas atrações e seu público, mas falaremos disso mais adiante.

Sem atrasos, o que tem sido visto em festivais grandes aqui e tem sido ótimo, o Voodoo Kiss abriu o primeiro dia de Summer Breeze, trazendo um rock estradeiro, morno, quase frio, para uma plateia que literalmente os viu e sem muita “aproximação” com o que rolava. Claro, não a falta de competência do grupo, que apresenta um trabalho correto dentro de sua proposta, mas porque era só a primeira cara a aparecer em um festival que correria por 12 horas.

Com o pontapé inicial, era o momento de fazer as correrias para tentar captar o máximo de tanta coisa acontecendo de forma simultânea, e ao atravessas a passarela, no Sun Stage, estava João Gordo e o Brutal Brega. Antes de mais nada, precisamos entender o “em torno” desse grupo. O próprio disse em um momento do show que, “aquilo era uma brincadeira de pandemia e não era para estar ali”. O clima realmente tentava evocar um ar brega, com João lendo as letras em uma pasta aberta a sua frente, assim como acontece em shows de coreto em cidades pequenas, e músicas como “Ciganinha”, “Tropicana”, “Sandra Rosa”, soam bastante divertidas nessa roupagem, e tudo se torna uma piada engraçada ao redor do grupo,  que conseguiu até tirar minúsculas rodas do público, quando você encara dessa forma, como uma brincadeira. Gordo terminou o show agradecendo quem estava ali, agradeceu por não o vaiarem e terminou gritando um “Bolsonaro filho da puta”, antes de jogar o microfone ao chão.

De volta a arena dos dois palcos, o Benediction fazia surgir as primeiras rodas do lugar, ainda tímidas, mas com seu som agressivo arrancando uns bons “bate cabeças” ali. Em 13 músicas, a banda nos situou da proposta do Summer Breeze e colocou as coisas no eixo, dando um início  real, digamos assim, com sua sequência brutal e visceral. “The Grotesque” e sua sufocante intro de bateria, ou a acelerada “I Bow to None” arrancaram o público do momento engessado e braços cruzados e deram um bom gás pelo que viria a frente.

Durante esse momento, no Waves Stage, de acesso exclusivo aos compradores do ingresso tipo especial, era feito a estreia da segunda parte do documentário “Andre Matos – Maestro do Rock”, que se viu com uma sala quase vazia, devido ao horário e obvio, por muitos optarem por verem aos shows.

*Texto por Luana Gatti

O Summer Breeze ofereceu diversas atrações além de shows, como os locais que rolavam feiras de tatuagens, produtos à venda com temáticas geek.

Cada um dos espaços trazia uma proposta diferente. Um trazendo a estética medieval, eram encontrados artefatos com esse tema, como espadas, facas e até mesmo um machado que poderia ilustrar algum filme do Senhor dos Anéis na mão de um orc. Além da pequena exposição, eram encontradas diversas peças para compra do público, como estatuas de demônios, o monstro com olhos na mão do filme “O Labirinto do Fauno”, réplicas de personagens como Edward Mãos de Tesoura, Sweeney Todd, Jack Sparrow, Freddy Krugger, entre outros. Camiseta e adereços de joias também eram encontrados nesse stand. Mais adiante, estávamos no que foi chamado como espaço geek sendo recebido por um Jason gigantesco na porta. Ali a turma chamada “nerd” poderia ficar feliz em esvaziar seus bolsos com estatuas de diversos nomes famosos dos quadrinhos, como Batman, Capitão América, Predador, entre outros tantos. Também estavam lá presentes os Funko, com preços que variavam de 50 até 650 em uma versão do Ozzy. Quadros, bonés e camisetas estavam por ali também com esta temática. O espaço da expo horror éramos recebidos com uma Annabele, Regan McNeil do Exorcista que fazia movimentos inesperados assustando alguns desavisados.

No mesmo ambiente, eram encontrados os stands com cd’s, vinis e também o stand da Roadie Crew, podendo os fãs adquirirem alguns exemplares que faltam em suas coleções. Além é claro, de uma área para alimentação, e um espaço cedido aos pequenos que estavam ali acompanhas seus pais. Tudo com bastante segurança e criando uma atmosfera de família e tranquilidade, visto que esse local era mais afastados dos dois palcos.

Voltando as atrações musicais, era hora de Marc Martel colocar os fanáticos por Queen as lágrimas.

Chega ser bizarro o quanto Marc encarna Freddie Mercury na execução do setlist, até mesmo na sua aparência física. A voz é outro ponto que assombra com a semelhança, sem contar em todos os trejeitos escaneados e repetidos em perfeição. Marc brincou com o público dizendo que o seu show seria a “coisa mais metal” que veriam ali naquele dia, e não poupou os espectadores fazendo uma trinca arrepiante, com “Under Pressure”,I Want To Break Free” e o hino monstruoso, “Bohemian Rhapsody”. Essa última colocou algumas pessoas com os olhos marejados ao ver uma música tão poderosa como essa ser executada a finco e com direito a piano no palco. Marc empunhou um violão e mandou ver em “Crazy Little Thing Called Love”. “Don’t Stop Me Now” jogou o público lá para cima, e as mãos em sincronia em “Radio Ga Ga” , afirmaram Marc Martel como um dos grandes momentos do Summer Breeze.

*Texto por Marcio Machado

No Sun Stage era chegada a hora que muitos aguardaram no Summer Breeze, pois a Crypta iria iniciar seu pandemônio sonoro. Abrindo com “Death Arcana”, o local escolhido para acomodar o show das meninas pareceu pequeno aos que queriam assistir a apresentação, pois de cima da passarela se via um lugar abarrotado de pessoas que se espremiam para estar mais próximo ao palco, ou entrar nas rodas que estavam sendo abertas. Fernanda Lira mostrava a todo momento estar feliz em estar naquele palco, e agradecia ao intervalo de cada música, dizendo como o público era foda e agitava tanto a cada faixa, e não esqueceu de agradecer aos que chegaram cedo, pois é costumeiro muitas pessoas não verem as bandas de abertura devido aos horários (que foram cumpridos a risca, ou quase). Entre dez músicas, a banda ganhou o público que se via hipnotizados pelos cabelos girando no palco e a agressividade de cada música. Uma questão sobre o show da Crypta, foi que o som do palco Sun não era tão forte quanto dos dois outros, o que pode ter deixado faltando um pouco na execução das faixas, e como dito, o local pareceu apertado pela euforia dos ali presentes que queriam agitar mais. Uma melhor escolha poderia ter sido feita que elas fossem realocadas para um dos dois palcos principais, nem que fosse na primeira dupla de bandas da abertura. Que em uma próxima edição essa troca possa ser feita.

O primeiro atraso do dia veio com o que foi chamado como “homenagem a Andre Matos”, que contaria com as bandas Viper, Shaman e integrantes do Angra. Nitidamente, algo de errado estava acontecendo antes do início da apresentação, pois se viam pessoas andando de um lado para o outro no palco, ajustando som, enquanto o baixista do Viper, Pit Passarel fazia danças e caretas para o público, tentando criar alguma distração. Enfim, começado o show, vimos que os problemas não foram solucionados. “Under the Sun”, do último lançamento, “Timeless”, entrou sem nenhum vocal de Leandro Caçoilo, devido ao microfone simplesmente não ter som, e a bateria de Guilherme Martin estar estourando os P.A’s, cobrindo todo o resto da banda e tornando o som totalmente embolado. Leandro anunciou que na sequência, começaria a homenagem a Andre, e tocaram “A Cry From the Edge” e a clássica “Living for the  Night”, que sinceramente, não me soou como homenagem, mas uma apresentação comum da banda. Entrava no palco dando seguimento ao show, o Shaman, que contou com o baterista do Korzus, Rodrigo Oliveira. De novo, o que pareceu problemas técnicos, o grupo entrou com “Lisbon”, sucesso do Angra, sem aviso prévio e ainda com som embolado, com a bateria “menos poluída” do que antes. Rafael Bittencourt e Felipe Andreoli estiveram presente nessa faixa. O guitarrista do Angra empunhou um violão para a abertura de “Make Believe”, que não soou um único som de suas notas e foi abortado. “Turn Away”, a pesada faixa de abertura do disco “Reason” do Shaman colocou a galera em fogo, e foi uma das que mais funcionaram ali. “For Tomorrow”, uma das mais queridas dos fãs de Andre, também foi bem realizada, com presença de Luis Mariutti, e “Fairy Tale”, conseguiu marejar os olhos de alguns ali, com Alirio Netto executando antes um trecho de “Who Wants To Live Forever” do Queen. Todos retornaram ao palco, exceto Leandro, para encerrar com “Carry On”. Ao final, ficou um gosto meio amargo por chamar a apresentação de homenagem, faltando um pouco de zelo e carinho ao homenageado, como nitidamente a falta de ensaio (inclusive citada por Alirio), prejudicou algumas músicas e em momento algum, Andre Matos foi realmente homenageado além de só reproduzirem suas músicas como em um show qualquer. Como esse provavelmente foi o último show do Shaman, após as polêmicas com Ricardo Confessori e o anúncio do fim da banda, a sensação foi um certo desleixo e só cumprirem um contrato que já havia sido assinado. Uma pena, poderia ter sido melhor aproveitado com tantas estrelas no palco.

Passado essa parte, era hora de estarmos diante de um dos shows mais esperado do dia. O Skid Row! O show poderia ser resumido em uma única palavra, aliás, duas: ERIK GRÖNWALL. Sim, o novo vocalista da banda é um tiro mais do que certeiro, é uma bazuca pronta para atirar um míssil explosivo, e explosivo é a melhor palavra para descrever o show que ali aconteceu. Abrindo com a porrada “Slave to the Grind”, a banda surgiu em meio a fumaça como um trovão, visceral e rasgando tudo a sua frente. Erik agita, bate cabeça, põe a plateia em êxtase e o melhor, o cara com isso tudo, não perde uma única nota cantada, é um domínio de voz assombroso. Trajando uma camiseta do personagem Scar de O Rei Leão, o garoto é um verdadeiro frontman e casa perfeitamente com a banda. A balada “18 Life” arrebatou o público, e “Time Bomb”, do último disco “The Gang’s All Here”, não fez menos, mostrando a ótima aceitação do material com os seus seguidores. “In A Darkened Room” foi ovacionada em pela plateia em suas primeiras notas, e teve seu refrão cantado por todos os presentes que tremeram o chão com a força. Ainda houve tempo para a faixa título do último trabalho, e a poderosa “Youth Gonna Wild”. O Skid Row provou que não precisa mesmo de Sebastian Bach e que as coisas finalmente estão em seus lugares, com um shows explosivo e tecnicamente impecável. As viúvas de Tião podem reclamar, mas não há do que reclamar aqui. Respeite o passado, abrace o presente.

Por falarmos em “viúvas”, era chegada a hora de estarmos em mais um caos sonoro do Sepultura. Antes de mais nada, é incontestável o que a banda faz ao vivo nos palcos, e se você de alguma forma ainda tenta buscar um defeito ou problema no que eles apresentam, em defensoria do passado, não há argumentos que sustentem isso a não ser pura birra do grupo ter seguido sem o seu outrora líder.

Dito isso, quando os primeiros momentos de “Isolation” surgem nos alto falantes, não há euforia que segure o que vem pela frente. Quando a música realmente começa, não tem choro, não tem abracinho, o filho chorou e a mãe não viu! A música, abertura do disco “Quadra” é um monstro ambulante correndo sem freio e parece nunca perder a força e acredito ser muito difícil a banda lançar algo tão forte para servir de abertura no futuro. Na sequência, a intro cavalar de “Territory” chega esmagando a galera não dando tempo para respirar e incendeia o público. “Means to the End” é um espetáculo a parte de Eloy Casagrande e suas complexas e absurdas notas na bateria, e de embasbacar a todos com cada “golpe” que ele dá na bateria. “Guardians obf Earth” é outro momento apoteótico do show, com a introdução de violão dedilhada de Andreas Kisser e os coros que dão climas para o andamento, junto as imagens de queimadas de florestas e a mensagem, “sempre há uma chance para mudar o mundo”, criaram um dos momentos mais fudidos do festival! Ainda passaram por ali, “Arise”,Refuse/Resist” e a estreia ao vivo de “Ali”. Claro, encerrando, “Roots Bloody Roots”, que fez todo o Memorial pular e sem necessidade alguma, mas ainda assim, provando que o Sepultura é uma máquina sanguinária ao vivo e que está a pleno vapor em suas atividades, e que continue assim por muitos e muitos anos. Vida longa ao SEPULTURA DO BRASIL!

Era chegada a hora de um dos momentos mais esperados do sábado no Summer Breeze Brasil! Era a hora do Lamb of God subir ao palco!

Cenário pronto, pista lotada, pessoas ansiosas, o primeiro acorde de “Memento Mori” surge no som, aos poucos a banda vai entrando no palco, até o seu frontman surgir, e com um estrondo, eis o furacão da Virginia mais uma vez em terras brasileiras. A faixa de abertura é poderosa e incendeia a plateia. Mais uma vez, para quem estava próximo ao palco sofreu com os ajustes dos bumbos de bateria de Art Cruz extremamente altos, o que impossibilitou captação de algum vídeo com qualidade boa para quem estava ali. O guitarrista, Phil Demmell, do Vio-Lence e ex Machine Head ocupou o posto de Willie Adler, que não acompanhou a banda na turnê pela América do Sul. “Ruin”, um das maiores pauladas dos caras entrou na sequência e foi aumentando a euforia do público, que começava a se animar em alguns mosh. A qualidade técnica das composições do LoG são realmente assombrosas, e é incrível ver como os caras executam em perfeição aquilo tudo, sem perder em nenhum momento a baita presença de palco. E por falar nisso, Randy Blythe é simplesmente dono do palco quando está sobre ele. O cara faz caretas parecendo uma fera enjaulada que acabou de ser solta, corre, salta, balança seus dreads e canta como um demônio! “Walk With Me in Hell” faz as pessoas cantarem seu refrão em uníssono. “Now You’ve Got Something To Die For” arranca aplausos nos primeiros riffs e seu breakdown no final é magistral. Há tempo para a faixa título do último disco lançado, “Omens”, a clássica “Omerta”, cadenciada e cheia de groove. Finalizando, a forte “Laid to Rest” é uma das que mais causam euforia nas pessoas e uma das músicas mais conhecidas da banda, e fechando, a avassaladora “Redneck”, com sua introdução de bateria que causou o verdadeiro caos com as rodas ensandecidas.

Sem dúvidas o Lamb of God sai da noite coroado como uma das mais emblemáticas apresentações do festival, e não seria nada ruim se eles fossem figurinhas carimbadas nas próximas edições.

Era hora de se acalmar um pouco e partirmos para as blusas xadrez (no caso florida), do Stone Temple Pilots e o seu grunge. De cara, o choque de ver a semelhança entre Jeff Gutt e Scott Weiland é surreal. Talvez intencionalmente, o novo vocalista, (o terceiro, substituindo Chester Bennington), é praticamente uma reprodução da voz original da banda, seja pelos seus trejeitos com danças, forma de cantar, segurar o microfone, e até mesmo seu porte físico é bem próximo a Weiland.

Dito isso, o grupo apresenta um repertório inteiro baseado nos lançamentos antigos e nada com a formação que está no palco, sendo que eles já gravaram dois álbuns. “Wicked Man” é a abertura e entusiasma o público saudosista dos anos 90 e um dos seus movimentos mais emblemáticos. “Vasoline” é conhecida de todos que ovacionam a banda, e Jeff retribui indo cantar junto ao público da grade. “Silvergun Superman” é dedicada a Scott Weiland e faz marejar os olhos de diversos presentes ali. “Big Empty” é recebida com entusiasmo, e claro, “Plush” causa emoção, alegria e um apertinho pela partida precoce de Scott, e mais uma vez, olhos lacrimejaram por ali com essa. “Interstate Love Song” é a seguinte e mais uma vez é ovacionada. “Dead & Bloated” tem a sua primeira parte cantada em conjunto com o público e a pesada e poderosa, “Piece of Pie” abre o bis com força, dando espaço para o encerramento “Sex Type Thing”.

O STP cumpre muito bem seu papel, principalmente de segurar a barra após o show de uma banda de metal, ainda que talvez o setlist pudesse ter sido melhor desenhado com algumas músicas de maior interação ou até mesmo, privilegiando algo original de Jeff.

*Texto por Luana Gatti

Antes de irmos aos finalmente, sobre a questão estrutura do evento, algumas pontuações. Aos jornalistas trabalhando no evento, e a quem comprou o ingresso Lounge, o acesso a banheiro de verdade e não os químicos, eram uma grande mão na roda na hora de se aliviar. Porém, foi visto que a questão de organização desse lugar conforme o evento acontecia, foi ficando de lado, chegando em um certo momento onde não havia mais papel higiênico. Claro que estamos falando de um evento de grande porte e que acabam passando coisas básicas como essas, porém, por se tratar de algo caro e uma área exclusiva, talvez um olhar mais atento fosse necessário.

No lado do Sun Stage, as coisas eram mais acessíveis, porém, para quem quisesse permanecer por ali, perderia uns bons 10 minutos, no rápido, para chegar ao outro lado e ver algum show especifico, ainda que a estrutura parece ter funcionado bem.

A questão do som alto próximo ao palco ficou uma certa incógnita, pois, se alguém pagou mais caro para estar próximo aos shows, mas não os consegue ouvir corretamente, acaba causando uma certa frustração. Questões básicas e técnicas de uma estreia, e que seriamente acredito serem sanadas na próxima edição!

Preços em geral, padrão de um festival, com alguns exageros nas camisetas, mas ainda aceitável para o porte do evento.

A ótima localização, ao lado da estação do metrô foi um ponto certeiro na chegada, sem contar o fácil acesso a Uber e ônibus.

Alguns pequenos tropeços, mas que não afetaram o funcionamento geral do dia, que estreou em alta e com grande potencial.

*Texto por Marcio Machado

Seguindo para o final, uma pequena apresentação temática do jogo Diablo, parceira do evento, aconteceu, trazendo uma personagem do jogo “ao vivo” para o chão do local.

Após isso, era hora do headliner da noite aparecer. Subia aos palcos, o Blind Guardian. O show dos alemães era sem dúvidas um dos mais aguardados pelo público e eles não decepcionaram na sua execução. Por duas horas, a banda caminhou por diversos momentos de sua carreira, e focando no disco “Somewhere Far Beyond”, tocado em seu todo, pela comemoração dos seus 30 anos completados em 2022.

Em razão disso, o último lançamento, “The God Machine”, acabou sendo lembrado com um única faixa, “Violent Shadows”.

Pude ver o show do Blind junto ao público geral e mais afastado do palco, o que comprovou que o som era melhor quando mais distante dali, melhor o som ressoava, principalmente a bateria, que foi o grande problema de praticamente todos os shows, quando mais próximo da grade.

Particularmente, os acordes do Blind e seu power/speed metal não me encantam, por esse fator, me pareceu um show extremamente longo, o que deve ter sido exatamente ao contrário para os que estavam ali por conta deles. Ainda assim, é inegável como a banda tem uma qualidade sonora incrível, e a banda é impecável em seu entrosamento e cada riff (extremamente rápido) é executado.

A apresentação se encerra com a clássica “Mirror Mirror”, e o vocalista Hansi Kürsch prometendo que eles e os fãs brasileiros se verão em breve, mais cedo que pensam. Ele pode estar se referindo a uma volta que deve acontecer mais ao fim do ano para um show solo.

O Summer Breeze Brasil deu seu pontapé inicial mostrando que tem tudo para dar certo aqui. Houveram algumas falhas primárias como já dito, mas dentro de um esperado para uma edição inicial. Tais falhas foram supridas por horário correto, boa logística, ambiente agradável e cumprir praticamente tudo que haviam prometido anteriormente. O formato deve pegar e com certeza, se tornará dos principais festivais de heavy metal do país.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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