Warrel Dane: há 64 anos, nascia o saudoso vocalista

Há 64 anos, em 7 de março de 1961, nascia na cidade de Seattle, Warrel George Baker, mais conhecido pelo seu nome famoso, Warrel Dane. Talentoso vocalista e que deixa muitas saudades em todos nós até hoje.

Warrel não era apenas um excelente cantor, era também formado em filosofia, teologia, além de ter sido um talentoso chef de cozinha, tendo, inclusive, sendo dono de um restaurante em Seattle, em parceria com seu amigo de longa data, Jim Sheppard. Ele também estudou ópera por cinco anos, o que lhe deu uma grande extensão vocal.

Na música pesada, Warrel buscou inspiração em artistas como Black Sabbath, Iron Maiden, Judas Priest, Jefferson Airplane, Simon & Garfunkel, The Beatles, The Doors, além de nomes como Bauhaus, David Bowie e Concrete Blonde. Como vocalista, ele se influenciou por Ronnie James Dio, Rob Halford, Bruce Dickinson e George Strait.

A primeira experiência de Warrel Dane em uma banda foi em 1983, quando ele entrou para o Serpent’s Knight. Ele gravou uma fita demo no ano de 1985, o que fez com que sua performance vocal já fosse digna de elogios, muito em virtude de seus agudos. No mesmo ano, ele entrou no Sanctuary, substituindo o ex-vocalista Randy Bowman. Eles conseguiram um contrato com a Epic, lançaram dois excelentes álbuns, tendo, inclusive, contado com Dave Mustaine na produção do seu álbum de estreia, “Refuge Denied“.

Apesar da ótima reputação que o Sanctuary conquistou com seus dois primeiros álbuns, a Epic começou a pressionar a banda para que eles mudassem a sonoridade, já que o Grunge começava a despontar como força na cidade de Seattle. Metade da banda concordou, a outra metade não quis nem saber e o Sanctuary acabou, literalmente, na mão. Warrel Dane e Jim Sheppard, se juntaram a Jeff Loomis e Mark Arrington, que depois foi substituído por Van Williams, e em 1992, estava formado o Nevermore.

Foi com o Nevermore que Warrel Dane obteve maior reconhecimento e notoriedade. A banda lançou ótimos álbuns e com uma sonoridade moderna e de muita técnica, somada com as letras pensantes e o vocal incomparável de Warrel, eles se tornaram uma das principais bandas do início do século, participando dos principais festivais europeus de Metal. Em 2011, a banda acabou se separando depois que Jeff Loomis e Van Williams anunciaram a saída.

Warrel já tinha gravado um álbum solo, em 2008, o aclamado “Praises to the War Machine“. Em 2010, os membros do Sanctuary resolveram deixar os problemas no passado e se reuniram novamente. Jim Sheppard ficou até 2015 e Warrel ficou até sua morte. Paralelamente ao retorno do Sanctuary, Warrel recebeu um convite para se apresentar com quatro músicos brasileiros: Thiago Oliveira, Johnny Moraes, Fabio Carito e Marcus Dotta. A parceria deu tão certo que eles se apresentaram em vários locais do mundo, e em 2016, foi anunciado o segundo álbum solo do vocalista.

Um retorno do Nevermore quase aconteceu. Warrel Dane e Jeff Loomis fizeram as pazes, durante uma ligação telefônica que aconteceu na casa de Thiago Oliveira, e o tão sonhado retorno só não aconteceu por conta dos compromissos de Jeff com o Arch Enemy, banda que ele deixou em 2023. Warrel seguiu se dividindo entre seu restaurante de Seattle e a banda brasileira. Mas como sofria de diabetes e não se cuidava como deveria, ele acabou vítima de um infarto, na madrugada de 13 de dezembro de 2017, em São Paulo. O álbum, “Shadow Work“, foi lançado de maneira póstuma, em 2018.

Warrel era um querido na cena. Construiu amizades com gente do calibre de Doro Pesch e Chuck Schundiler, e seus últimos companheiros lembram sempre com muito saudosismo dos três anos que viveram de maneira muito intensa. Warrel morreu no país em que amava e escolheu continuar sua carreira. Ele partiu jovem, com apenas 56 anos e ainda tinha muita lenha para queimar.

Em 2025, estamos vendo Jeff Loomis e Van Williams trabalhando em um retorno do Nevermore, com novo vocalista, baixista e um segundo guitarrista. Se o desafortunado escolhido como frontman vai ter o mesmo carisma, a mesma consciência de classe em letras e a mesma forma de ver o mundo, nós não sabemos. Só sabemos o tamanho da falta que gente como Warrel Dane faz no mundo do Rock e do Metal.

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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