O guitarrista do Nirvana que se tornou herói de guerra
Jason Everman poderia ter sido uma nota de rodapé na história do grunge: sendo expulso não de uma, mas de duas das maiores bandas da icônica cena dos anos 90.
Kurt Cobain o demitiu por ser um ‘metalhead temperamental’, e posteriorment, o Soundgarden também não o quis na equipe, porque ‘não estava dando certo’. Everman, agora com quase 50 anos, teve seus sonhos de grandeza do rock ‘n’ roll arrebatados quando o grunge atingiu seu auge.
Mas em 1993, aos 26 anos e com uma carreira em turnê pelo mundo com as maiores bandas da época já atrás dele, Everman se juntou ao Exército.
Do Nirvana às Forças Especiais
‘…Eu pensei que era isso. Essa seria minha identidade”, disse Everman ao The New York Times Magazine.
Krist Novoselic, baixista do Nirvana, disse: “Tivemos ótimos shows com Jason. Mas então as coisas foram para o outro lado muito rápido.’ Em uma banda que se tornaria conhecida pelos humores sombrios de seu líder, Everman era muito depressivo.”
Foi Everman quem pagou a taxa de gravação de US$ 606,17 para o álbum de estreia do Nirvana, “Bleach”. Eles o creditaram como guitarrista nas notas do álbum, mesmo que ele não tenha tocado no registro, sem contar que ele nunca teve o ressarcimento do investimento.
Após o golpe esmagador de ser expulso do Nirvana, Everman “tropeçou” em seu show dos sonhos – tocar baixo para o Soundgarden.
Ali, ele teve a carga de substituir Hiro Yammamoto, que deixou o grupo após a corrida do disco “Louder Than Love”. Depois de uma grande turnê mundial, seu humor novamente foi a razão pela qual seus companheiros tiveram dificuldade em trabalhar com ele.
“Ele era engraçado e espirituoso, e então uma nuvem o cobria. Ele se sentava no ônibus e ficava muito bravo com seus fones de ouvido o tempo todo”, disse o empresário do Soundgarden.
‘Eu estava em todas as bandas legais’ ‘Eu estava empolgado para fazer a coisa mais chata que você poderia fazer.’ – disse Everman em entrevista
Essa ‘coisa chata” ao qual ele se refere, seria nada menos do que se juntas as forças armadas dos Estados Unidos. O guitarrista pegou um ônibus com destino ao campo de treinamento do Exército em Fort Benning, na Geórgia, para se submeter ao curso de treinamento de 61 dias.
“Ao longo da minha vida adulta, fiz um esforço consciente para desenvolver três aspectos de quem sou: o artista, o soldado e o filósofo“, disse Everman.
Ele deixou o exército em 2006 e se matriculou na Universidade de Columbia para cursar filosofia, se tornando um consultor das Forças.
Falando ao The Daily Beast se ele se arrepende de ter deixado o Nirvana, ele comenta:
“Não é a minha praia, ficar muito preocupado com essa noção de celebridade. Há muito disso por aí e é tipo… nada demais. Não é tão interessante para mim. É legal que o Nirvana entrou, apesar de não saber muito sobre o Hall da Fama do Rock. Não sinto falta. Achei que foi muito gentil e muito gracioso da parte do Nirvana ou pelo menos de seus empresários estenderem o convite a mim.”
Como dito, Jason foi convidado a participar da cerimônia do Hall of Fame, mas até hoje, não se sabe ao certo se ele esteve no local ou não.
Em 2017, ele formou uma nova banda, a Silence & Light, junto a Brad Thomas, e lançando em 2019, o álbum de estreia, “Volume One“. Os lucros da banda são dedicados a ajudar membros da Comunidade de Operações Especiais, militares e socorristas.
Abaixo, o trecho de um show do Nirvana com Jason na guitarra tocando a música “About a Girl“.
Valeu!!!!