24 anos de “Psycho Circus” e a (não) reunião do Kiss original
Em 1997, o Kiss passava por um momento maluco, (mais um deles) na sua carreira. Eles haviam acabado de lançar “Carnival Souls”, um disco com a pegada voltada para o grunge e que foi recebido de forma morna, para não dizer um iceberg, dos fãs, tanto é que a banda nem se preocupou em fazer turnê de divulgação.
Após o lançamento, foi anunciado que uma nova reformulação aconteceria. Aliás, não exatamente nova. As peças se moveriam para que, Ace Frehley e Peter Criss, retomassem seus postos como guitarrista e baterista, respectivamente, dessa forma. Assim. Saiam, Bruce Kulick e Eric Singer, de forma repentina. Daí, nasceria “Psycho Circus”, o décimo oitavo disco da banda.
Mas essa volta não representava exatamente uma “volta”. Óbvio que para os fãs, era um grande momento com a banda original junta novamente, e após tantos experimentos no som, uma promessa de retorno ao som mais característico do grupo. Só que o fato é, não havia nenhuma conciliação por ali, na verdade. Ace e Peter mal tiveram contato com Gene Simmons e Paul Stanley, estes, optaram por uma quantia alta de quase um milhão de dólares para que nos estúdios não encontrassem com a dupla recém chegada.
O trabalho de Ace e Peter foram praticamente nenhum, no fim das contas. Cada um não tocou mais de duas músicas no registro, e segundo consta, isso foi uma decisão vinda do produtor Bruce Fairbain, que não enxergou nos dois o que era necessário para a gravação que queria realizar. Nesse momento, quem ficou responsável pela guitarra e bateria foram Tommy Thayer e Kevin Valentine. O primeiro, como bem sabemos, acabou por se tornar o Spaceman fixo num futuro próximo dali.
Por muito tempo se sustentou a lenda de que quem havia realmente tocado o disco eram os dois, inclusive sendo creditados como compositores. Mas o clima parecia cada vez mais insustentável com Ace e Peter pedindo acordos astronômicos para ficarem calados, continuarem a tocar na turnê e cada vez mais o clima foi se tornando insustentável. O momento musical dos dois não era dos melhores e o problema com vícios continuava atormentar a todos. Isso aconteceu até culminar na demissão definitiva de ambos posteriormente, com Eric Singer retornando para o grupo.
Apesar dos pesares e do clima denso de tudo que acontecia por ali, “Psycho Circus” é um disco que rendeu bons momentos musicais, e foi deveras mais aceito do que o trabalho anterior. Entrou em terceiro lugar na Billboard 200 e teve uma boa recepção com a crítica.
Este foi o último vislumbre que os fãs tiveram desses quatro seres no palco. Atualmente, o Kiss está se despedindo dos palcos em sua tour de adeus, e mesmo com o apelo de muitos de seus seguidores, não há sombra de possibilidade para que essa reunião aconteça novamente.