Resenha: My Dying Bride – “Macabre Cabaret” (relançamento)

Poucos meses após o lançamento de “The Ghost of Orion, os mestres do doom My Dying Bride, deram de presente aos fãso EP intitulado “Macabre Cabaret. Com apenas três faixas que se estendem por vinte minutos, o EP mantém-se fiel à fórmula consagrada da banda, caracterizada por músicas expansivas repletas de cantos melancólicos e rugidos niilistas., lançado pela Nuclear Blast Records e que ganhou um relançamento pela Shinigami Records.

A faixa que abre o EP é a própria “Macabre Cabaret“, com seus longos e envolventes dez minutos. Como era de se esperar, trata-se de um lamento fúnebre perfeito para um funeral. Os vocais melódicos evocam cânticos litúrgicos, enquanto o ritmo glacial permite que a tristeza se infiltre profundamente em cada nota. Em seguida, temos “A Secret Kiss“, uma faixa que, embora ainda seja doom, traz uma energia mais imediata, com riffs que tomam a dianteira logo no início. Não demora muito para que o rugido poderoso de Aaron Stanthorpe libere a tensão acumulada nos minutos anteriores.

Este é o My Dying Bride em sua essência, com atmosferas operísticas, assombrosas e pesadamente intensas. Contudo, nem tudo segue o padrão usual da banda. A última faixa, “A Purse of Gold and Stars“, acaba sendo uma audição difícil, com os ritmos vocais sendo particularmente problemáticos. A forma como Stanthorpe alonga as palavras em um estilo de fala quase declamada acaba sendo um ponto fraco. Como toda a música é construída sobre esses vocais, ela se torna uma grande decepção em comparação com a qualidade das faixas anteriores.

Dado o curto intervalo entre este lançamento e o álbum anterior, The Ghost of Orion — especialmente considerando que a banda ficou cinco anos sem lançar material novo — seria surpreendente ter novas músicas do My Dying Bride se não fosse pela pandemia global que manteve as bandas longe dos palcos naquele período. No entanto, fica claro que um pouco mais de tempo de gestação teria beneficiado este EP, tornando-o uma experiência mais atraente. Ou, pelo menos, a exclusão da faixa final teria garantido um desfecho mais consistente em termos de qualidade. Ainda assim, como já dizia o ditado, “dois em três não é tão ruim”.

NOTA: 6

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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