Queensryche: há 37 anos, era lançada a ópera-Rock “Operation: Mindcrime”
Há 37 anos, em 3 de maio de 1988, o Queensryche lançava “Operation: Mindcrime“, terceiro álbum desta que é uma das mais influentes bandas de Metal dos anos 1980, e claro, tema do nosso bate-papo deste sábado.
Após os bons resultados obtidos com os álbuns anteriores, o Queensryche se juntou para produzir um álbum conceitual, cuja história gira em torno de Nikki, um sujeito viciado em heróina, que desiludido com a sociedade corrupta, resolveu se juntar a um grupo revolucionário e se torna um assassino de políticos. A banda fez de “Operation; Mindcrime” uma ópera-Rock.
Durante a história, que começa com Nikki em um hospital sem conseguir se lembrar de seu passado, mas aos poucos ele vai se lembrando, e a banda conta como ele conheceu Dr. X, um religioso demagogo (N. do R: parece história real) que através de uma lavagem cerebral, e todas as vezes que o Dr. X fala a palavra “Mindcrime”, Nikki se torna um fantoche e capaz de cometer qualquer crime que o doutor quiser. Nikki conhece uma freira e ex-prostituta, chamada Mary. Dr. X ordena que Nikki mate tanto o padre quanto Mary, mas ele não consegue, pois sua afeição por ela é de grandes proporções e ambos decidem deixar a organização. Entretanto, Mary acaba morrendo e durante os shows da banda, foi revelado que não foi Nikki quem a matou e sim ela mesma tirou sua vida quando o doutor disse que ela teria que matar Nikki.
Mas ainda que os dois álbuns tenham atraído alguma atenção de fãs e da mídia especializada na época, o Queensryche ainda buscava seu lugar ao sol. Se o grande momento da banda foi no álbum posterior, “Empire“, que teve até a música “Silent Lucidity” tocando na trilha sonora da novela “Vale Tudo“, exibida na TV Globo e que recebeu um remake, passando novamente com atores atuais, nosso homenageado do dia tem uma importância muito relevante na história da banda, pois foi aqui que a MTV estadunidense começou a divulgar os clipes da banda e eles conquistavam públicos maiores, abrindo shows do Metallica, que à epoca, apresentava seu novo baixista, Jason Newsted. O guitarrista Michael Wilton certa vez lembrou de como a exposição na MTV ajudou a popularizar a banda:
“A MTV tomou conhecimento do clipe que gravamos para (“Eyes of a Stranger”) e tocou-o bastante. E a canção viralizou. Isso nos lançou ao estrelato, então devemos muito a “Eyes of a Stranger”. Ela tornou a nossa carreira possível.”
A ideia para o enredo foi de Geoff Tate, que após se mudar para o Canadá, começou a ouvir de seus amigos que faziam parte do Movimento Separatista Militante de Québec. Alguns destes amigos se envolveram em bombardeios e em terrorismo. Tate também se inspirou em alguns amigos que estavam em um momento pouco confortável, devido ao vício em drogas. Ele teve de convencer seus companheiros de banda, que no primeiro momento, não demonstraram o menor interesse na ideia. Chris DeGarmo, logo topou e depois ele foi convencendo um a um até que pudesse colocar sua história em um álbum de Heavy Metal. Era o Queensryche fazendo o que Pink Floyd e The Who já haviam feito com sucesso.
Para gravar o álbum, eles contrataram o saudoso produtor Peter Collins, que na época já era conhecido pelos seus trabalhos com o Rush e o Tygers of Pan Tang e o play foi gravado em dois estúdios: o Kajem/Victory Studios, na Pensilvânia e o Le Studio, em Québec, no Canadá, entre o final de 1987 e o início de 1988. A mixagem aconteceu no Wisseloord Studios, nos Países Baixos. A parceria com Peter Collins iria se repetir no badalado álbum “Empire“.
O álbum tem um total de 15 faixas, entre músicas e interlúdios, e duração de 59 minutos. Os destaques ficam por conta de canções como “Revolution Calling“, “Operation: Mindcrime“, “Speak“, “Break the Silence“, “I Don’t Believe in Love” e “Eyes of a Stranger“. Todas essas canções ganharam videoclipes e ainda são lembradas até os dias de hoje nos shows que a banda faz.
Apesar do reconhecimento que o álbum ostenta, na época do lançamento, não foi um sucesso imediato. Como a MTV começou a passar os videoclipes da banda em sua programação, o Queensryche foi se tornando uma banda conhecida e as vendas foram aumentando. O álbum figurou nas paradas de sucesso pelo mundo, foi 20° na Suiça, 25° na Suécia, 29° nos Países Baixos, 40° na Alemanha, 50° na “Billboard 200“, 58° no Reino Unido, 64° no Japão e 75° no Canadá. O álbum foi certificado com Disco de Platina nos Estados Unidos pela RIAA.
Além de ter se tornado referência entre os álbuns conceituais no Heavy Metal, e do respeito dos fãs e músicos em geral, o álbum foi elencado em algumas listas: a NME compilou sua lista dos “100 Melhores Álbuns de Metal” e “Operation: Mindcrime” ficou em 70°. Em 1989, a Kerrang! também fez a sua lista dos “100 Melhores Álbuns de Heavy Metal de Todos os Tempos” e o álbum aparece em 34°. A Rolling Stone também fez a sua lista dos “100 Melhores Álbuns de Heavy Metal de Todos os Tempos” e nosso homenageado aparece na 67ª posição.
No ano de 2003, o álbum foi relançado trazendo duas faixas bônus. Em 2006, ganhou um novo relançamento, desta vez como parte de um box de luxo. E por fim, a banda lançou a continuação da história contada aqui, que foi o álbum “Operation: Mindcrime II“, lançado no dia 4 de abril de 2006. Na continuação, a banda convidou ninguém menos que Ronnie James Dio, que gravou as falas do vilão da história, Dr. X.
O Queensryche caiu na estrada para divulgar seu novo álbum, entre os anos de 1988 e 1989, quando foi banda de abertura para o Guns N’ Roses, Def Leppard e o Metallica, confirme dissemos mais acima. O sucesso seria ainda maior com “Empire“, que iremos falar dele em um momento oportuno. A banda segue em plena atividade, inclusive com passagem pelo Brasil, onde foi uma das atrações do Monsters of Rock, tocando cinco canções do nosso aniversariante.
Hoje é dia de celebrar essa obra de arte. Um álbum que mostrava uma banda à frente do seu tempo, que se aproxima dos 40 anos e segue atual demais. Vamos ouvir esse play no volume máximo.
Operation: Mindcrime – Queensryche
Data de lançamento – 03/05/1988
Gravadora – EMI
Faixas:
01 – I Remember Now
02 – Anarchy-X
03 – Revolution Calling
04 – Operation: Mindcrime
05 – Speak
06 – Spreading the Disease
07 – The Mission
08 – Suite Sister Mary
09 – The Needle Lies
10 – Electric Requiem
11 – Breaking the Silence
12 – I Don’t Believe in Love
13 – Waiting for 22 01
14 – My Empty Room
15 – Eyes of a Stranger
Formação:
Geoff Tate – vocal
Chris DeGarmo – guitarra/ violão/ sintetizador
Michael Wilton – guitarra/ violão
Eddie Jackson – baixo
Scott Rockenfield – bateria/ percussão/ teclado em “Electric Requiem“
Participações especiais:
Pamela Moore – vocal (Sister Mary)
Anthony Valentine – vocal (Dr. X)
Debbie Wheeler – vocal (enfermeira)
Mike Snyder – vocal (apresentador de noticias)
Scott Mateer – vocal (padre)
Michael Kamen – coro, violoncelo
Parabéns!!!! Bons tempos de antigamente, fato!!!! Hoje em dia não vejo a atual formação com grandes olhos, apenas por curiosidade mesmo!!!! Grande disco, grande banda e grandes clássicos….valeu!!!!