Entrevista Edu Falaschi: Vocalista fala sobre show de 20 anos do TOS, Almah, Black Sabbath e mais
Edu Falaschi está preparando uma verdadeira ode ao power metal, e principalmente, ao disco “Temple of Shadows“, em comemoração aos seus 20 anos.
Conversamos com o vocalista em uma nova entrevista, onde ele falou sobre a expectativa para o show, a importância do disco em sua carreira, Almah, Black Sabbath, e muito mais. Confira abaixo.
Confere Rock: Para começarmos, gostaria de saber como é pensar que já são duas décadas do lançamento do “Temple of Shadows”, e estar revisitando essas músicas em uma data tão importante como essa. Qual o sentimento de estar trabalhando essas faixas tantos anos depois?
Edu Falaschi: Fala, Marcio! É um prazer enorme estar aqui com vocês do Confere Rock. Cara, é uma emoção indescritível. São 20 anos de um disco que mudou minha vida e marcou uma geração inteira. Voltar a essas músicas hoje, com a experiência e maturidade que tenho, é quase como redescobrir as musicas, cada história, cada emoção que elas carregam. É como visitar uma parte muito especial da minha da minha trajetória. E ver o público cantando tudo, com tanta força, duas décadas depois, é simplesmente maluco!
CR: O show do dia 5 será uma grande celebração tanto da sua carreira, como do power metal em geral, pois teremos dois convidados de peso ali, Kai Hansen e Roy Khan. Como será ter ambos no palco em um dia tão especial, pois se não estou engando, ambos são uma grande referência para você!
Edu: Sem dúvida, vai ser um dos dias mais especiais da minha vida! O Kai Hansen é simplesmente o pai do power metal, né? O cara é uma lenda viva, um amigo foda e meu grande idolo, e o Roy Khan é um dos meus vocalistas favoritos. Ter esses dois monstros sagrados comigo no palco, celebrando o Temple of Shadows e o The Black Halo, é um verdadeiro sonho de fã realizado. É mais do que uma honra, é um presente da vida!
CR: Mesmo depois de tantos anos de jornada, estar diante de um projeto desses ainda te deixa nervoso, ao pensar todos os detalhes no pré e um medo de que algo possa “sair do lugar no dia”?
Edu: Com certeza! Por mais experiência que a gente tenha, a adrenalina e o frio na barriga sempre aparecem e eu acho isso saudável! Um projeto dessa magnitude envolve orquestra, convidados internacionais, uma estrutura de produção gigantesca… é impossível não ficar atento a cada detalhe. Mas o mais importante é o amor que coloco em cada parte disso tudo. No final, é esse sentimento que segura tudo no lugar.
CR: Após esse evento, você acha que sua carreira terá um novo rumo e quais os planos para o futuro depois desse dia tão simbólico?
Edu: Eu acredito que o dia 5 de julho será muito importante sim. Não apenas pelo tamanho do show, mas por tudo que ele representa: legado, superação, união do metal com a música erudita e celebração de uma história de vida. Venho construindo uma carreira solo bem sólida, esse show é meio que uma consequência desse trabalho! Depois desse show, e dessa turnê que vai até fim de agosto, quero seguir criando, focar na última parte da trilogia Vera Cruz e também abrir novas portas. Estou com muitos planos na cabeça, projetos especiais que em breve vou revelar.
CR: Quando você trabalhou essas músicas no período de gravação, você tinha mais ou menos a metade da idade que tem hoje. Como foi para um garoto trabalhar músicas tão complexas no seu segundo disco com o Angra, imagino que a responsabilidade e pressão devem ter sido gigantesca…
Edu: Foi surreal. Eu entrei no Angra sabendo da pressão e responsabilidade, substituindo um vocalista icônico e sendo jogado direto no olho do furacão. E aí, no segundo álbum, já chega esse monstro chamado Temple of Shadows… letras profundas, arranjos complexos, temáticas ousadas. Foi um verdadeiro teste de fogo. Mas foi também onde eu amadureci de verdade como pessoa, artista e compositor.
CR: Quando você olha para o Edu de 20 anos, poderia imaginar estar realizando algo dessa magnitude hoje quando entrou para gravar “Temple of Shadows”?
Edu: Jamais! Naquela época, eu estava apenas tentando dar o meu melhor e não decepcionar ninguém. Eu nunca poderia imaginar que 20 anos depois eu estaria celebrando esse disco em um palco gigante, com orquestra, convidados internacionais e milhares de fãs cantando junto. É uma bênção. Olho para aquele Edu mais jovem com muito carinho… ele sonhou alto, mas a realidade acabou sendo ainda maior que o sonho.
CR: Você promoveu um concurso para “achar alguém” para cantar com você, e acho isso uma iniciativa incrível para dar oportunidades a nomes talentosos e desconhecidos. Como surgiu essa ideia?
Edu: Cara, isso veio do meu coração. Eu sei o quanto é difícil entrar no mercado, mostrar seu talento e ser ouvido. Eu já estive do outro lado, já fui amador, já sonhei em cantar com meus ídolos. Então pensei: por que não dar essa oportunidade real para alguém? Tem muita gente talentosa por aí, e ver os vídeos, sentir a emoção da galera… isso me encheu de alegria. E quando a pessoa sobe ao palco comigo, vejo sua emoção, isso contagia todo mundo! É legal demais!
CR: Saindo um pouco do show, após todas essas comemorações, os fãs já podem pensar na terceira parte da trilogia do “Vera Cruz”?
Edu: Com certeza! O Vera Cruz e Eldorado são discos que estão muito vivos dentro de mim. A história ainda não acabou, e o desfecho promete. Ainda não posso dar uma data exata, porque agora estou totalmente focado na turnê do Temple, mas já estou trabalhando ideias, rascunhos, melodias. Vai ser um encerramento digno dessa trilogia que marcou essa nova fase da minha carreira.
CR: Há algum tempo atrás, os seus fãs entraram em surto quando as redes sociais do Almah foram movimentadas. Existe algum plano seu para reativar a banda, ou comemorar em algum momento algum disco da banda? Eu adoraria ver um show especial do “Motion”…
Edu: Pois é, eu vi essa susto da galera, foi legal ver o carinho pelo Almah! O Almah foi uma parte muito importante da minha vida e da minha trajetória musical. Ainda não tenho planos concretos para reativar a banda, mas tenho vontade de fazer algo especial. Quem sabe né?
CR: No mesmo dia do seu grande show, acontecerá também o show final do Black Sabbath. Como você vê esse evento para o metal mundial, sendo que outras bandas, como o próprio Sepultura aqui no Brasil se despedindo dos palcos em breve. Isso pode mostrar uma espécie de “velório” para o heavy metal, ou ainda há muito ar para respirar?
Edu: Respeito e amo demais o Black Sabbath, são os pais do heavy metal, né?
Ver todos eles reunidos novamente, o Ozzy em sua despedida final, vai ser uma data muito importante, meio triste mas também um dia de celebração!
Eu não vejo isso como um velório. Eu vejo como uma passagem de bastão. O metal está bem vivo, com bandas incríveis surgindo, novas gerações se formando, e os fãs continuam apaixonados e fiéis. Não somos a maioria e nem estamos na grande midia, mas estamos sempre produzindo! Nós, que estamos na ativa, temos a missão de manter essa chama acesa e inspirar os próximos que virão. O metal nunca vai morrer. Ele apenas se transforma.
Edu Falaschi se apresenta no dia 5 de julho, no Tokyo Marine Hall e todos os detalhes do grande show, você confere aqui.
Foto: Bel Santos