Alter Bridge – “Pawns & Kings” (2022)

O Alter Bridge tem a façanha de conseguir se redefinir a cada novo lançamento. Isso não é segredo para ninguém que siga a banda, ou as suas mentes criativas principais, o vocalista Myles Kennedy e o guitarrista Mark Tremonti. Ambos tem sido duas forças motoras das mais criativas dos últimos anos dentro da música pesada, lançando grande momento, seja no AB ou em suas tão bem qualificadas carreiras solos.

Após trabalharem de forma individual em 2021, era a chegada a hora de se reunirem e trazerem a luz seu sétimo disco, e assim nasceu “Paws & Kings”, que é um dos mais belos desfiles de riffs que ouvi este ano, e uma competência infalível em querer e conseguir superar o momento anterior.

A abertura já chega com a ferocidade de “This is War”, com groove e riffs marcados na intro, e versos cadenciados, explodindo em um grande refrão, marca registrada da banda há muitos anos. O solo surge em meio a guitarras densas e a consistência da música é grandiosa. Mas este é só o começo, e há muito por vir ainda, e vemos isso na ágil “Dead Among the Living”, que começa cheia de peso, mas cai em versos mais limpos e indo em crescendo ao refrão harmonioso e carregado de voz sobrepostas. “Silver Tongue”, single também conhecido do público, tem início desconcertante e tem um ótimo pré refrão para cair na parte principal de forma grandiosa, abraçado por mais uma avalanche de riffs.Sin After Sin” é cadenciada, densa, com levadas ao estilo Alice in Chains e soa grandiosa em mais um refrão potente e melódico. “Stay” tem Tremonti nas vozes principais e poderia muito bem fazer parte de algum disco solo seu, sendo a mais sem brilho do álbum. Longe de ser ruim, só soa enfraquecida perto de outras pérolas por aqui. “Holiday” é mais uma que é do puro bate cabeça e dona de ótimas linhas de bateria de Scott Philips. A semi balada “Fable of the Silent Son” é cadenciada e leva o ouvinte a ter um descanso, enquanto seus minutos passam. “Season of Promise”, é outra que acaba por não brilhar muito, apesar de alguns momentos bonitinhos, ela não faz mais do que isso. O mesmo vale para “Last Man Standding”. A retomada é com o gran finale e a faixa título. “Paws & Kings” é um grande carro chefe, com linhas de guitarras espetaculares! Tudo funciona por ali, as mudanças de ritmos entre os versos e o refrão que leva uma onda sonora incrível e Myles Kennedy mostrando uma harmonia vocal incrível, em quase uníssono com as guitarras pesadas de Tremonti. Eis aí o momento mor da banda no registro.

Pawns & Kings” não é só mais um acerto na carreira do Alter Bridge, mas coloca mais uma vez a banda nas graças do ouvinte que se depara com um material consistente, esbanjando carisma e rock n’ roll, no que é simplesmente um dos melhores lançamentos do anos. Vida longa ao Alter Bridge, e será que é cedo para pedir um novo disco, pois com essa fonte de criatividade, muito é pouco por aqui!

NOTA: 9

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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