Bill Hudson diz que “quase socou um cara da Nuclear Blast” e afirma “bando de filho da p…”

O guitarrista Bill Hudson participou de um episódio do podcast Manrasta, onde ele falou sobre planos para sua banda Northtale e fala sobre quando teve um contrato assinado com a Nuclear Blast, não sendo um bom episódio. Ele diz conforme transcrito pelo Confere Rock perguntando se a banda vai continuar:

“Então…Por conta de tudo isso que eu tô falando, provavelmente não. Assinei com a Nuclear Blast, lancei os dois discos que eu queria desde moleque, tudo certinho.

Mas eu odiei assinar com eles. Um bando de filha da p***. Quase soquei um dos caras da Nuclear Blast.

Ah, (a banda) pegou um pouco no Brasil, mas também pegou porque aqui o pessoal é paga-pau de Angra, né? Né?

A gente foi pro Japão, a gente foi pra Europa e tal… Mas eu não tô falando que o público é paga-pau — tô falando da banda, do som.

Aí, a gente foi pra Europa, a gente foi pro Japão… mas, tipo assim, grana mesmo eu só perdi, sabe?

Então, eventualmente, é a mesma coisa. Talvez eu faça um single ou outro, assim, mas sem pretensão, sabe?

Mas, cara… o nome é teu?
É, é tudo meu, cara. Uhum. Tipo… é a maior projeção do que sou eu musicalmente, sabe?

Tipo, é a minha música, feita sem pensar em vender nem nada — foi, pelo menos, né?

Aí… quando começou a custar dinheiro, eu fiquei puto.”

Bill também falou sobre sua perspectiva do heavy metal num todo, e afirma que o estilo não tem futuro:

“Eu acho que não tem futuro, cara. Eu acho que não tem futuro de p*** nenhuma pro metal. Metal é um estilo que só vai morrer daqui pra frente. Eu sempre falo isso: comprei o Giant Steps, do John Coltrane, em 1998, pensando: esse disco é velho pra caralho. Ele é de 1960, tinha 38 anos. Toda essa música que a gente tá falando aqui é mais velha do que isso. A gente está falando de um estilo com 40, 50 anos. Os jovens não gostam. Não adianta.

Tem jovem que gosta, mas não dá pra sustentar nisso. E tudo que a gente ouve tá ficando igual também. Que banda foda surgiu nos últimos anos? Não tem, cara. Tem uns casos pontuais, tipo o Ghost, que tá fazendo muito sucesso. Mas o público deles não é o do heavy metal tradicional do dia a dia. É outra pegada. O público do heavy metal ficou muito bitolado com uma parada que nem existe. Todas as bandas que ficam grandes são aquelas que se desviam do metal tradicional.


O Five Finger Death Punch é gigante porque os caras do exército ouvem. Você fala com esses soldados que foram pro Afeganistão, por exemplo… eles ouvem duas coisas: hip hop e Five Finger Death Punch. O Ghost é a mesma coisa. O As I Lay Dying quando lançaram o primeiro disco, vendeu pra caralho. Mas era outro público, um monte de menininha ouvindo. Sempre é assim. As bandas que estouram, de verdade, nunca são aquelas que o fã de metal raiz esperava.”

O trecho pode ser visto abaixo a partir de 1h21.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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