Bruce Dickinson traz energia, vigor e hits em noite aclamada em SP

Fotos: André Tedim

Bruce Dickinson aportou em São Paulo neste sábado (4) para o seu derradeiro show da sua turnê que percorreu sete cidades do Brasil.

Em um tarde quente, o fãs já se posicionavam em pequenas filhas embaixo do sol quente e outros preferiram aguardar na sombra estirados na grama em frente ao Vibra SP, local que receberia o espetáculo que viria ser celebrado dentro de algumas horas.

Enquanto o Rio de Janeiro esperava Madonna subir ao palco, em SP, pouco antes das 20hrs, a casa é aberta com a ovação do público e aos poucos, o lugar vai tomando forma. No hall de entrada, éramos recebidos por uma banda que tocava covers, passeando por bandas como Creed, Pearl Jam, entre outros.

Pontualmente as 20:45, as luzes se apagaram e o Noturnall abriu a noite. A banda brasileira foi escolhida para iniciar os trabalhos dos três últimos shows de Bruce pelo país.

Com um pedestal de luz neon azul, Thiago Bianchi disse que “havia recebido a missão diretamente de Bruce para esquentar a galera“, ao qual acabou não acontecendo de todo, pois o público parecia estar guardando todo o fôlego para o espetáculo principal.

Com seu novo trabalho “Cosmic Redemption“, as músicas que embalam algum fervor maior do público são ainda a do primeiro trabalho, como os singles “No Turn at All” e “Nocturnal Human Side“, que originalmente contou com a participação de Russell Allen do Symphony X.

Com um som extremamente bem equalizado, o Noturnall fez o seu trabalho, ainda que um pouco deslocado sonoramente e uma certa “distância” do público.

Após isso, era gritante, literalmente, a ansiedade em ver as luzes se apagarem para receber o maestro da noite. E com dez minutos de atraso, acontece, com uma plateia se locomovendo em peso para a frente do palco, e após uma pequena introdução, a banda surge no palco e na sequência, Bruce Dickinson.

Ao som de “Accident of Birth“, o público berra mais que os pulmões em uma recepção calorosa, e com o lugar inteiro cantando o cativante refrão que a já clássica música tem. A pesada “Abduction” surge na sequência e cria diversos bate cabeças ao entorno, com braços erguidos e mais uma vez, plenos pulmões para cantar junto de Bruce que é praticamente encoberto com o público cantando mais alto que ele próprio0.

 

O vigor de Dickinson em cima do palco é invejável. Ele dança, interpreta e põe para fora sua voz que sai com uma potência que preenche todos os cantos do Vibra.Laughing in the Hiding Bush” é o encerramento da trinca de abertura e coloca o público em euforia com a força que a abertura do show tem com três pauladas executadas em sequência sem intervalo.

Bruce dá uma pequena pausa, conversa um pouco com o público que entoa o coro “Olê, olê, Bruce, Bruce“. E era a hora do recém lançado, “The Mandrake Project” dar as caras. O vocalista do Iron Maiden faz uma pequena introdução falando sobre a próxima música contar um pouco do fim do mundo, e então anuncia, “Afterglow of Ragnarok“, primeiro single lançado do então novo disco, e tem uma recepção muito boa. A faixa ganha um peso a mais ao vivo, e parece ter o que faltou na mixagem duvidosa que o trabalho recebeu e deixando claro que havia um potencial maior a ser explorado no registro. Imagens apocalípticas são transmitidas no telão dando mais expressão a canção. “Chemical Wedding” é outra que tem o seu refrão cantado pelo público que quase encobre a voz do anfitrião. “Many Doors to Hell” e “Gates of Urizen” chegam em seguida abrindo espaço para “Ressurrection Men“. A música ao vivo teve um destaque, quando Tanya O’Callaghan chegou a beira do palco com seu baixo e criou um efeito ensurdecedor de tão pesado que ficou, com os demais instrumento ficando abaixo do seu som tirado. Que poder é tirado dali. Após o final da música, Bruce comentou rapidamente sobre o seu gosto por passear em cemitérios e aproveitou para anunciar a climática “Rain on the Graves“, com imagens em preto e branco de cemitérios e túmulos no estilo gótico.

Daqui para frente, o show virou uma orgia musical! “Frankestein” trouxe imagens inspiradas no movimento expressionismo alemão no telão, enquanto Bruce fazia caras e bocas enquanto cantava a música. O cantor então se deu o espaço de brincar no palco nesses momentos, tocando bongô, emendado de um solo de bateria de Dave Moreno, que soava como uma rocha de tão pesado, os guitarristas Philip Näslund e Chris Declercq correndo de um lado para outro do palco puxando um instrumental maluco e o cheio de presença, Mistheria, regendo os teclados. Bruce acaba tirando sons malucos e bizarros de um teremim, e finalizando o momento com “The Alchemist“. Simplesmente, “UOU” pelo que aconteceu nesses minutos!

As luzes se apagam e Philip Näslund se posiciona atrás do violão de 12 cordas colocado no palco. Sim, era hora de um dos momentos mais aguardados pelos fãs de longa data de Dickinson.Tears of the Dragon” por mais clichê, por mais repetida e que tenha sido executada incansavelmente em todas as turnês, arranca ovação e celular voam para o alto buscando o melhor ângulo para registrar o refrão poderoso. Ainda que como dito seja clichê, é indescritível ver o efeito da música em diversas gerações dos presentes ali. “Darkside of Aquarius” não fica atrás e encerra essa parte do show.

A banda retorna com “Navigate the Seas of the Sun“, que Bruce dedica ao trágico momento que o sul do Brasil vem passando com as chuvas. Em “Book the Hel”, o cantor apresenta a banda e aproveita para deixar o recado que estará voltando em dezembro com o Iron Maiden e pretende estar por aqui novamente em 205, para o que, ainda não sabemos. O encerramento fica com “The Tower“, com imagens do espaço dando o tom no telão atrás de Dickinson e fechando espetáculo com o som um pouco embolado e a banda se atrapalhando em alguns momentos, mas com diversos aplausos. Ao final, o “homi” tirou a camiseta e mandou para um público que a partiu em pelo menos cinco pedaços.

Bruce Dickinson se despede do Brasil com um show recheado de vigor, energia e desfilando seus hits de uma carreia que dispensa comentários! Se desenvencilhando do cenário, figurinos e outras facetas mais do Iron Maiden, o vocalista volta ao básico e entre nada menos que o impecável aos ali presentes.  Se a volta para um espetáculo desses foi demorada, a espera certamente valeu a pena por todos que estavam ali presente. Até a próxima, Bruce.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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