Judas Priest: há 48 anos, banda lançava “Sad Wings of Destiny”

Podemos dizer que marco é o mês do Judas Priest: no último dia 8, eles lançaram seu mais novo álbum, “Invencible Shield” e no dia 9 foi aniversário do álbum “Firepower“. Agora, neste sábado, comemoramos os 48 anos de “Sad Wings of Destiny“, segundo álbum da rica discografia da banda, que foi lançado em 23 de março de 1976 e é tema do nosso bate-papo por hoje aqui na CONFERE ROCK.

O álbum marca a estreia do baterista Alan Moore como baterista de estúdio, uma vez que ele já havia feito alguns shows com o Judas Priest no ano de 1971, substituindo John Ellis. Desta vez ele entrou no lugar do saudoso John Hinch. Moore não esquentou muito seu lugar na banda, já que em 1977 ele saiu para dar lugar à Simon Phillips. Aliás, a bateria do Judas tinha uma verdadeira rotatividade em seus primeiros anos, o que foi consertado depois, com os últimos a ocupar esse posto: Dave Holland ficou por dez anos (1979-1989) e Scott Travis que assumiu a vaga deixada por Holland e é o dono das baquetas desde o ano de 1989.
Após a boa repercussão do álbum de estreia, eles viajaram até o icônico Rockfield Studios, em Gales, durante os meses de novembro e dezembro de 1975, na companhia do produtor Max West. Era o último álbum a ser lançado pela Gull, uma vez que a popularidade que o aniversariante do dia fez, deu à banda a possibilidade de assinar um contrato com uma major, a CBS, por onde eles lançaram mais alguns, até a despedida com o clássico “Painkiller” (1990). Por ter quebrado o contrato com a Gull, eles perderam os direitos aos primeiros dois álbuns.
Era época de vacas magras para a banda. A Gull dispôs de um orçamento de £2.000, o que fez com que os músicos fizessem apenas uma refeição por dia, quando no estúdio. Alguns ainda mantinham um emprego paralelamente a banda, como por exemplo, Glen Tipton como jardineiro, K.K. Dowing em uma fábrica e Ian Hill como motorista de entrega. Mas ainda assim, o resultado foi extremamente satisfatório e a banda conseguiu o que queria, fazer um disco que entregasse uma mistura de Rock com Progressivo, com toques de Heavy Metal. Percebemos influências de Black Sabbath, Led Zeppelin e Queen. Um disco que tem influência destes três monstros não tem como dar errado, não é mesmo, caro leitor?
No ano de 1975, o Judas Priest se apresentou no programa The Old Grey Whistle Test, da BBC, onde eles apresentaram duas das faixas que marcariam presença no homenageado do dia: “Dream Deciever” e “Deciever“. Eles ainda não tinham o visual que ostentam hoje, com calças de couro e tachas e na ocasião se apresentaram com roupas contemporâneas daquela década de 1970. A banda se sentiu muito frustrada por ter sido limitada a tocar com o som não muito alto, pois sabemos que o volume alto proporciona a melhor experiência ao se escutar Rock e Heavy Metal.
O álbum marca a consolidação do Judas Priest tanto no lado musical quanto no visual e músicas como “Victims of Changes” e “The Ripper” se tornaram clássicas, esta última ganhou uma versão do Iced Earth, quando o seu guitarrista Jon Schaffer ainda não era um sujeito fascista e nem invadia o congresso estadunidense, atentando contra a democracia de lá. Outras canções merecem destaque, como por exemplo, “Tyrant“, “Island of Domination” e a já citada “Dreamer Deciever“. Os temas sombrios das letras foi descrito futuramente por Rob Halford como sendo reflexo do momento que a banda vivia com a Gull.
O álbum foi muito bem recebido pela crítica especializada e público, embora com um baixo número nas vendas. Muito disso se deve ao fato de ter concorrentes como o movimento punk londrino que emergia na época e também com lançamentos de “Rising“, do Rainbow e “Virgin Killer“, do Scorpions.
A veia influente do Judas Priest se iniciou neste álbum, quando a música “Victims of Change” ganhou uma versão do Van Halen, que tocava essa música nas apresentações da banda antes de se tornarem famosos. Podemos atribuir os temas sombrios das letras deste álbum como influência para o Metallica e Slayer, que fizeram uso de temas semelhantes durante os anos 1980. E Dave Mustaine, do Megadeth disse que adotou o Heavy Metal como seu estilo favorito depois de ter levado um soco do cunhado por escutar “Sad Wings of Destiny“.
Embora tenha feito pouco sucesso nas vendas, “Sad Wings of Destiny” alcançou a 48ª posição nas paradas britânicas. Entre abril e junho de 1976, eles fizeram uma turnê pelo Reino Unido. Ainda não era uma época que a banda fazia extensas turnês mundo afora e o Judas Priest começou a herdar o posto de uma das principais bandas britânicas quando o Black Sabbath iniciou seu período menos brilhante. Mas o álbum é apontado como um dos melhores já lançados pelo quinteto.
Hoje é dia de celebrar esse belo álbum e tambem de agradecer por ter o Judas Priest ainda na ativa, lançando discos e fazendo turnês, inclusive, tendo feito apresentações em São Paulo, incluído um show no Knotfest. Nós poderíamos ter vivido em qualquer outra época, mas felizmente tivemos a honra de nascer e viver na mesma época de Rob Halford e companhia. Longa vida ao Judas Priest.

Sad Wings of Destiny – Judas Priest
Data de lançamento – 23/03/1976
Gravadora – Gull

Faixas:
01 – Victim of Changes
02 – The Ripper
03 – Dreamer Deciever
04 – Deciever
05 – Prelude
06 – Tyrant
07 – Genocide
08 – Epitaph
09 – Island of Domination

Formação:
Rob Halford – vocal
Glen Tipton – guitarra/ piano/ órgão
K.K. Dowing – guitarra
Ian Hill – baixo
Alan Moore – bateria

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