Kittie fala sobre o declínio e o ressurgimento do nu-metal
O nu-metal, ou new-metal, como preferir, foi um dos principais movimentos da música pesada nos anos 90. Bandas como o Korn, Deftones, System of a Down, Slipknot e outras, trouxeram o movimento, que ainda perdurou por pouco tempo nos anos 2000, com o Linkin Park e alguns similares. Mas, aos poucos, ele foi sumindo do mapa, e deixando de lado por outras tendências que vinham surgindo, como as bandas de metalcore.
Mas há cerca de dois anos, o movimento ressurgiu com força, ganhando trends virais em redes sociais com músicas de diversas dessas bandas, tendo um aumento siginificativo nas plataformas de streaming musicais e até mesmo ganhando um festival totalmente voltado para o estilo, o Sick New World, que já teve duas edições realizadas.
Outra banda que teve destaque nesse período, foi o Kittie, integrado totalmente por mulheres e que trazia todas as características mais marcantes. As atuais integrantes, Mercedes Lander (bateria), Morgan Lander (guitarra, voz) e Tara McLeod (guitarra), falaram ao podcast “The Ex-Man”, falaram sobre o nu-metal e suas idas e vindas. Elas comentam:
“Parece que toda vez que há uma mudança na música, todo mundo odeia no início. Uma grande mudança popular, todo mundo tem que odiar no começo. E eu acho que com o nu metal , é como uma forma simplificada de música, mas isso não a torna uma forma de música inferior. E eu acho que muitas vezes é preciso um pouco de crescimento e talvez alguns anos para alguns fãs de música se atualizarem, olhar para trás e perceber, tipo, ‘Uau, ok, isso foi super cativante e, na verdade, escrever aqueles riffs, os refrões e os vocais, na verdade não é simples.’ Eles são simplificados; não é simples.” – comenta Tara.
“Honestamente, vá e ouça qualquer um dos Wes Borland tocando. Isso não é fácil. Além disso, John Otto , o GOAT. Você já assistiu John Otto tocar bateria? Ele é incrível.” – completa Mercedes.
Morgan disse que é preciso moderação para músicos habilidosos “para não tocarem demais. E eu acho que isso é um sinal de verdadeiro talento, e também de ser estratégico sobre onde você está colocando as coisas e como está escrevendo“, acrescentou ela.
Mercedes continuou: “Acho que muitas pessoas confundem tocar ocupado com boa música. Porque há muitas músicas ocupadas que eu fico tipo, ‘Essa música é uma merda’. Não precisa ser super ocupado ou fragmentado ou algo assim, não precisa ser assim para ser bom. É a mesma coisa que gosto de dizer – só porque você pode tocar rápido, não significa que você deveria… Dar a si mesmo esse espaço pode lhe proporcionar muito mais. Manter sua música meio simplista e uniforme, e dar a si mesmo esse espaço, você pode fazer mais vocalmente ou qualquer que seja o caso.”
O Kittie lançará seu novo disco, “Fire”, em 21 de junho.