Metallica: 32 anos do “Black Álbum”

Em 12 de agosto de 1991, o Metallica lançava o seu quinto álbum, auto-intitulado “Metallica”, mais conhecido como “Black Album” e que colocou a banda definitivamente em outro patamar, fazendo com que as portas do mainstream se abrissem e um público maior tivesse acesso ao som praticado por James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammet e Jason Newsted.

20 anos do 'Black Album' do Metallica | Roque Reverso <<

A capa toda preta, contendo apenas o logotipo da banda e uma cobra, que representa a bandeira de Gadsden, que é uma bandeira histórica estadunidense, cujo lema é “Don’t Tread on me” (Não pise em mim, em tradução livre). O lema é título de uma das faixas do álbum. E foi a partir daqui que a banda não mais incluiu um tema instrumental, como fez nos quatro discos anteriores.

Passado o batismo de fogo com o novo baixista, ainda que no álbum anterior ele fosse sumariamente ignorado, era hora de a banda voltar ao estúdio e produzir um novo álbum. Para a produção foi chamado Bob Rock, que impressionou pelo trabalho realizado em “Dr. Feelgood“, do Motley Crue, em 1989. Ele iria atuar apenas na mixagem, mas depois de algum tempo, a banda resolveu elegê-lo produtor. Aspas para Lars Ulrich:

“Sentimos que temos a melhor gravação dentro de nós e Bob pode nos ajudar a torná-la real.”

Então banda e produtor se reuniram no One on One Recording Studios, mesmo lugar onde a banda havia gravado “… And Justice for All” e por lá ficaram entre os meses de outubro de 1990 e junho de 1991. A demora para gravar o álbum explica a diferença sonora que a banda apresentou, assustando a todos, pois as palhetadas rápidas do Thrash Metal outrora executado pela banda, dava lugar a composições que se aproximavam mais do Heavy Metal e repletas de melodias, mas sem abrir mão do peso. Se o fã mais radical já reclamava que a banda havia se vendido quando compôs “Fade to Black“, agora ele se achava no direito de desprezar a banda por causa das músicas “The Unforgiven” e “Nothing Else Matters“.

O período em estúdio entre banda x produtor foi bastante tenso e os caras juraram nunca mais trabalhar com Bob Rock, mas depois superaram tudo, tanto que ele seguiu produzindo os álbuns “Load“, “Reload“, “Garage Inc.” e “St. Anger“. Os momentos de animosidade entre Metallica e Bob Rock foram registrados nos documentários “A Year and a Half in the Life of Metallica” e “Classic Albums: The Black Album“.

James Hetfield resolveu escrever sobre temas pessoais neste álbum: “The God That Failed” fala de sua relação com Deus pela perda de sua mãe, que recusou um tratamento de câncer por acreditar que seria curada por um milagre divino, uma ignorância completa, não é mesmo caro leitor? Já “Nothing Else Matters” fala da conexão de James com sua namorada e quanto ele estava na estrada com a banda.

É um álbum longo, com 62 minutos e 12 músicas, sendo que algumas delas foram eternizadas: “Enter Sandman“, “Sad But True” e as já citadas “The Unforgiven” e “Nothing Else Matters” se tornaram hits, sendo executadas nas rádios e MTV, fazendo com que o álbum fosse multiplicando suas vendas. Com mais de 40 milhões de cópias vendidas, é um dos álbuns mais vendidos da história da música e o mais vendido dos Estados Unidos desde que a Billboard adotou o Luminate Data, um sistema que monitora e contabiliza as vendas do mercado fonoaudiológico dos Estados Unidos.

O álbum alcançou o topo das paradas na “Billboard 200” (Estados Unidos), Austrália, Áustria, Alemanha, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Suíça e Reino Unido. Foi disco de Ouro no México, Platina na França, Japão, Suécia e Polônia, Duplo Platina na Bélgica, Áustria, Itália e Países Baixos, Triplo Platina na Noruega, Suíça e Reino Unido, 4 vezes Platina na Alemanha, 5 na Argentina, 8 na Dinamarca, 10 na Nova Zelândia, 13 na Austrália, 16 nos Estados Unidos, além de um Disco de Diamante no Canadá. Ganhou o Grammy de 1993 na categoria “Melhor Performance Metal“. Está na 14ª posição na lista dos “200 Álbuns Definitivos da Rock and Roll Hall of Fame“. A “Rolling Stone” o classificou na posição de número 252 entre os melhores álbuns de sempre e na 25ª posição entre os melhores álbuns de Metal de todos os tempos. “Pouca coisa”, não é mesmo?

Se o Metallica já era grande, com seu Black Álbum, a banda só ficou mais gigante. Arenas lotadas ao redor do mundo, os caras foram ficando cada vez mais ricos. Jason Newsted mesmo afirma que não precisa mais trabalhar, pois o que ele ganhou com o Metallica dá para ele viver com dignidade. Em 1993, a banda desembarcou pela segunda vez vez no Brasil, onde tocou no estádio Palestra Itália, hoje, Allianz Arena, de propriedade do Palmeiras.

Amado por muitos, odiado por outros, esse álbum é um divisor de águas na carreira do Metallica. Hoje é dia celebrar esse álbum, que merece toda nossa reverência. 32 anos depois eles ainda seguem na ativa, lançando discos e saindo em turnês. Que continuem assim por muito tempo ainda.

One thought on “Metallica: 32 anos do “Black Álbum”

  • junho 9, 2024 em 11:06 pm
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    Foi o album que praticamente fez até sertanejo universitário gostar do album, fato!!!! Ouvia muito esse album, tenho boas lembranças da época…valeu!!!!

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