Resenha: Dieth – “To Hell and Back” (2023)
O título do disco de estreia do Dieth, não poderia melhor refletir a jornada de seus integrantes.
“To Hell and Back“, lançado pela Napalm Records e trazido ao Brasil pela Shinigami Records, é um reflexo direto de Guilherme Miranda, com a perda de Lars-Göran Petrov do Entombed A.D, para um câncer, a derrocada e ressurgimento de David Ellefston e sua traumática saída do Megadeth e Michael Lysejko que saiu do Decapitated, após a banda enfrentar uma acusação de abuso coletivo, que posteriormente, foi retirada e descartada com o grupo sendo inocentado do caso.
Após passar por tudo isso, o trio retomou a sua caminhada na música, e juntos formaram o novo supergrupo, que busca influência em momentos grandiosos do metal extremo, criando um disco consistente e vigoroso.
A abertura com a faixa título já é um tanto impactante. “To Hell and Back” abre com um dedilhado de violão, que parece levar as coisas para um rumo diferente, e é quando temos a explosão visceral do todo. A música é rápida, destruidora e tem uma presença do baixo incrível. Guilherme é um monstro em seus vocais e a bateria de Michael é espancada em todo o play. “Don’t Get Mad… Get Even“, traz alguns ares do hardcore em seu andamento, e é viciante. “Wicked Disdain” fecha a trinca inicial e tem uma das melhores linhas de bateria do registro e mais uma vez o refrão aspira o hardcore. A enxurrada de riff que Guilherme, que também cuida das guitarras é titânica. O baixo de Ellefson aqui tem vida própria e da o tom do encerramento. Daí em diante, temos uma avalanche de mais brutalidade, como o muro de concreto da “Free Us All” cheia de presença, e uma certa surpresa, com David assumindo os vocais da balada, “Walk With me Forever“, que parece meio “solta” do todo, mas sendo uma boa música, curiosa, no mínimo.
O Dieth se coloca em uma boa posição na sua estreia. Cumpre a tarefa de ser mais do que só “a nova banda de Ellefson”, com ele sendo talvez a peça mais “apagada” aqui, o que é muito bom, pois assim, o grupo pode apresentar o que tem de melhor e não viver como só a sombra de um integrante. O que virá pela frente, o tempo dirá, mas foi um ótimo cartão de boas vindas.
NOTA: 8