Resenha: Kerry King – “From Hell I Rise” (2024)

Finalmente saiu o que muitos dos fãs do Slayer esperavam, um álbum solo de seu guitarrista. E Kerry King finalmente lançou o seu primeiro álbum, cinco anos depois do final de sua banda. Com o sugestivo título “From Hell I Rise“, que será lançado na sexta-feira, 17, infelizmente só em versão gringa, pela Reiging Phoenix Music, ou RPM.

Kerry, que trabalhava na concepção deste álbum desde o ano de 2020, se cercou de gente de qualidade. Trouxe seu companheiro de tantos anos de Slayer, o baterista Paul Bostaph; para o vocal, ele buscou no Death Angel, Mark Osegueda, para o baixo, veio Kyle Sanders, do Hellyeah e na segunda guitarra, Phil Demmel, ex-Machine Head. E na produção, o badalado Josh Wilbur, há tantos anos parceiro do Lamb of God.

A capa, com uma bela imagem demoníaca, que vai fazer com que os fãs brasileiros conservadores tentem “cancelar” o guitarrista. Essa turma ainda não entendeu que o Rock é transgressor e só uma pessoa com déficit cognitivo não irá entender que Kerry King sempre fez isso no Slayer e Tom Araya, mesmo sendo católico e não concordando com o que cantava, o fazia assim mesmo. A capa já nasce candidata a mais bela do ano.

Bolacha rolando, temos 13 faixas em pouco mais de 40 minutos. E quem gostou de “Repentless“, o último álbum do Slayer, com certeza vai achar gostar de “From Hell I Rise“. Mas nem tudo são flores por aqui, o álbum tem alguns problemas, na produção e no timbre das guitarras, estão sujas demais e isso acaba prejudicando a audição. Entretanto, temos boas canções por aqui, como “Everything I Hate About You“, de longe a melhor do play, e também a mais curta, um Thrashcore que desafia o ouvinte a sacodir a cabeça sem parar.

Crucifixation” tem boas mudanças no andamento e riffs de guitarra que parecem retirados do Slayer, o que é normal, pois estamos escutando o guitarrista do Slayer a tocar; “Where I Reign” poderia bem fazer parte do tracklist do derradeiro play do Slayer; “Residue” mostra o lado Groove até então desconhecido de Kerry King e “Idle Hands” é rápida, pesada, moderna.

A se destacar também a performance de Paul Bostaph, o cara continua um monstro na bateria. E Phil Demmel também deu um plus, já que Kerry King sempre se garantiu nas bases, mas os solos do Slayer nunca foram as coisas mais belas do Metal e Demmel realizou um excelente trabalho por aqui.

Apesar de soar repetitivo na sua parte final, é um bom álbum. Talvez pelo timaço que Kerry King montou, tenha gerado uma expectativa maior e até mesmo por toda a história de quase 40 anos como principal guitarrista de uma das maiores bandas de Thrash Metal de todos os tempos. “From Hell I Rise” não vai mudar o mundo, mas vai fazer a alegria dos órfãos do Slayer nos quatro cantos do globo.

NOTA: 7.0

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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