Resenha: Ektomorf – “Vivid Black” (2023)

O Ektomorf está de volta, dois anos após seu último lançamento, o ótimo “Reborn“. Agora com “Vivid Black“, o décimo-quarto álbum desta banda húngara, capitaneada por Zoltán Farkas e lançado em 8 de dezembro, via AFM Records.

Vivid Black” contou com apenas Zoltán Farkas e o baixista Csaba Zahorán como membros fixos da banda. O guitarrista Szebasztián Simon, que era membro da banda, além do baterista Dániel Szabó, atuaram como músicos de estúdio. O próprio Zoltán Farkas trabalhou na produção da bolacha.

Trata-se de um disco bem pessoal. O Ektomorf por si só tornou-se uma espécie de projeto solo do guitarrista/vocalista Zoltán Farkas, mas aqui ele resolveu escrever letras bem pessoais e o álbum trata mais exatamente da sua desilusão com o mundo após a morte de sua mãe, que travou uma luta contra uma doença. O líder da banda deu algumas declarações, dizendo que odeia esse mundo e que não há mais luz nele. Então, esperemos um álbum sombrio e pesado como o Ektomorf sempre foi. É o que veremos nas minhas abaixo.

Com dez faixas em 35 minutos, “Vivid Black” está longe, mas muito longe de ser o melhor play do Ektomorf. Na verdade é um dos mais fracos dentre os lançamentos recentes da banda. Não é um disco digno de ir para a lixeira, mas Zoltán Farkas resolveu mesclar vocais limpos ao seu tradicional vocal gutural raivoso, o que deixou a banda tão genérica quanto as bandas de New Metal. O fã da banda, há de ficar muito decepcionado com essa mudança, que descaracteriza profundamente a forma como o Ektomorf é conhecido.

You and me” é certamente o grande momento do álbum, uma faixa rápida e agressiva, típica do Ektomorf, onde Zoltán Farkas não coloca seu vocal limpo. A faixa é rápida e certeira. É a única que se mantém fiel ao estilo. As demais são pesadas e até tem bons momentos como “Die“, “Never be the Same” e “You Belong There“, mas o vocal limpo em algum momento que entra no meio delas, quase coloca tudo a perder com esse anti-clímax. E apesar de ser moderna, a banda de Zoltán Farkas nunca quis ser como as bandas dessa vertente.

A faixa de abertura, “I am Your Last Hope (The Rope Around Your Neck)” é pesada feito uma gigantesca barra de ferro, que não fosse novamente o vocal limpo ali no meio, estaria concorrendo a melhor faixa do play. Porque a guitarra por aqui é tenebrosa de pesada, com vários tons abaixo na afinação. Temos também um flerte com o blastbeat, como na pesada “I Don’t Belong to You“.

O trabalho de produção foi muito bem feito, os instrumentos estão perfeitamente audíveis. O álbum só peca mesmo nesta mistura vocal que definitivamente não ficou boa. Não para o Ektomorf. Talvez Zoltán Farkas tenha escolhido cantar limpo para demonstrar seu ódio com esse mundo cruel, mas ele soa muito mais raivoso quando evita as variações em seu modo de cantar. “Vivid Black” pode até conquistar novos fãs, mas ficou devendo, principalmente em relação ao seu antecessor, o ótimo “Reborn“.

NOTA: 6,0

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