Resenha: Go Ahead and Die – “Unhealthy Mechanism” (2023)
Max Cavalera continua sua incansável busca pelos primórdios da sua carreira e indo atrás da sua juventude.
O projeto Go Ahead and Die é justamente isso. Um Cavalera buscando seus ares mais joviais e aquela fúria adolescente desenfreada, de quem quer fazer um som o quanto mais alto puder.
Em seu novo disco, “Unhealthy Mechanism“, lançado pela parceria Nuclear Blast/Shinigami Records, é exatamente isso que o ouvinte irá encontrar ao dar o play no novo capítulo dessa história.
“Desert Carnage” é quem abre e traz a fúria desenfreada de Max e de cara, a ideia se mostra mais coesa e acertada do que qualquer um dos últimos lançamentos do Soulfly. “Split Scalp” é uma avalanche de riffs e se torna uma das mais empolgantes do disco, com um final climático e denso. “Tumors” fecha a trinca de abertura com mais groove e cadência, com os vocais de Cavalera soando como um vômito escoando no refrão, dando o tom jocoso que a música pede e acertando em cheio. Daí em diante nos deparamos com momentos mais convencionais como a batida “Drug-o-Cop“, que pode concorrer fácil ao cargo de uma das mais repetitivas e chatas do registro, a massacrante “No Easy Way Out“, uma das mais brutais, com a força de um tanque de guerra sem freio e destruindo o que se vê pela frente, e a dona de uma introdução destruidora “M.D.A (Mist Dangerous Animal)” que consegue a mesma insanidade da anterior, com um breakdown que irá com certeza dar uma bela canseira no seu pescoço. Infelizmente em certo ponto, o disco não escapa das “tradições” de Max Cavalera, que ele começa a se repetir dentro de si mesmo, e você fica com uma sensação de se já ouviu aquela mesma música no começo do play ou em algum outro registro do homem.
Ainda assim, o Go Ahead and Die consegue entregar um bom disco e mostra que Max ainda consegue ter algumas cartas nas mangas para se distanciar de padrões que ele vem mantendo uns bons 20 anos ou mais, mesmo que durante um tempo, ou em determinados momentos.
NOTA:8
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