Resenha: Hammerfall – “Chapter V: Unbent, Unbowed, Unbroken” (relançamento)
Uma Odisseia de Metal Sem Surpresas
Sete anos após a estreia que acendeu a chama do power metal na virada do milênio, a banda sueca HammerFall lançava em 2005, seu quinto álbum de estúdio, “Chapter V“, lançado pela Nuclear Blast e que agora ganha relançamento em parceria com a Shinigami Records. Apesar de uma carreira marcada por altos e baixos e de estar distante dos holofotes que costumavam cercar o gênero, os Templários do Metal continuam com sua fórmula consagrada – um power metal direto, com riffs pesados e vocais épicos, mas sem grandes inovações.
A grande questão, então, é: o que “Chapter V” realmente oferece de novo? A resposta, infelizmente, é: quase nada. A banda repete a mesma estrutura de sempre, onde os hinos de guerra, os riffs unidimensionais e a teatralidade metallica ainda dominam. O resultado é uma obra competente, porém previsível. Sem grandes ousadias, HammerFall permanece firme na zona de conforto de sua sonoridade, apostando em um metal simples, direto e, por vezes, antiquado.
Em uma época onde as fronteiras do metal parecem se expandir constantemente, “Chapter V” ecoa mais como uma ode ao passado do que uma evolução do estilo. A música “Fury of the Wild” exemplifica bem a abordagem da banda, com vocais que poderiam facilmente ser confundidos com Biff Byford, do Saxon, e riffs médios que lembram o melhor (ou pior, dependendo da perspectiva) do metal dos anos 80. Embora haja um claro desejo de dar uma impressão de grandiosidade e ousadia, nada realmente se destaca. Mesmo o pomposo “Hammer of Justice“, com seu toque AOR, soa como um descarte das sessões do “Metal Heart“, do Accept, e não como uma reinvenção de algo relevante.
A balada obrigatória, “Never, Ever“, chega exatamente no ponto em que era esperada, mas sem a mesma intensidade emocional que poderia, talvez, justificar sua presença em um álbum já marcado por uma certa previsibilidade. O ápice do álbum, “Knights of the 21st Century“, que deveria ser um hino de poder, é mais uma tentativa desajeitada de impressionar. A presença de Cronos, do Venom, apenas adiciona um toque de bizarrice – e, em vez de intensificar a atmosfera épica do álbum, acaba soando como uma piada de mau gosto. O que seria uma finalização grandiosa, acaba se tornando um momento desconcertante.
A verdade é que, apesar de seu som familiar, “Chapter V” carece de um tempero mais ousado. As faixas agradam aos fãs mais ardorosos do HammerFall, mas não têm o poder de conquistar os céticos ou aqueles que buscam uma nova vertente do metal. No fim, a banda ainda é um produto de uma época específica, e suas tentativas de se manter no topo do metal parecem mais um reflexo de timing e sorte do que de uma verdadeira reinvenção musical.
Se você curtiu a banda até agora, provavelmente encontrará algo para cantar junto nos festivais europeus cheios de cerveja e suor. Mas se você busca algo mais substancial, mais ousado, mais inovador, “Chapter V” provavelmente vai passar despercebido. Em um mundo onde bandas como Wolf e seus contemporâneos se arriscam mais, HammerFall parece estar confortável demais em sua zona de conforto. Quem sabe, talvez seja hora de tentar algo novo.
NOTA: 6
Acredito que Hammerfall queria ¨acordar¨esse album novamente…para vendas ou sei lá o quê!!!!! Sou fã da banda e de seus primórdios, já ouvi amigos falarem que a banda não muda quase nada de um album para outro!!!! Valeu!!!!