Resenha: Hatefulmurder – “I Am That Power” (2024)
Os cariocas do Hatefulmurder estão de volta, com “I am That Power“, o quarto álbum de estúdio e o terceiro com a vocalista Angélica Burns, que ficou conhecida pelos headbangers ao participar das sessões do Sepultura durante a pandemia, o Sepulquarta, que acabou por se tornar um álbum “ao vivo”, gravado remotamente.
O sucessor de “Reborn” levou quase cinco anos para sair do forno e foi criado ainda no meio da pandemia. Lançado no último dia 17 de maio de forma independente e para quem não conhece a banda, eles trazem consigo uma influência muito grande do Arch Eneny. Os timbres e a sonoridade em muitos momentos lembram a banda de Michael Amott. A banda está em atividade desde 2008.
“I am That Power” impressiona ao ouvinte logo de cara com a poderosa “Eye for an Eye“, que já traz uma ideia do poderio da banda e que é de longe, a melhor faixa do play, a escolha não poderia ser melhor para abertura. O trabalho de produção é muito bom e é possível escutar cada instrumento, e o melhor, com a sonoridade mais limpa possível. Isso garante uma melhor experiência na hora da audição. Foi-se o tempo que as produções gringas eram melhores do que as nossas e o Hatefulmurder só traz mais essa percepção de que não devemos nada na questão de qualidade de áudio/ gravação de álbuns de Rock/ Metal.
O play é bem curtinho: dez faixas e duração de álbum de Punk Rock, 34 minutos, onde a banda esbanja muita intensidade, peso, riffs insanos e modernos, com destaque para a bela e poderosa vocalista Angélica Burns, que manda muito bem e mostra que, sim, a mulherada tem espaço onde ela quiser e tudo fica mais belo com elas, azar de quem não gosta. O baixista Felipe Modesto também aparece muito bem em diversos momentos, bem como o baterista Thomás Martin. Faixas como “Call out Your Soul“, “Unshaken“, “Set Fire” e “Crime & Castigo”, a única cantada em nossa língua-mãe e que ficou muito boa, ainda que o Metal de uma maneira geral se encaixe melhor na língua de Shakespeare.
Talvez o único ponto a se melhorar seria uma segunda guitarra, principalmente para fazer a base enquanto o solo acontece. De resto, o álbum é praticamente irrepreensível e mostra o porquê a banda ter reconhecimento na Europa e Ásia. O Rio de Janeiro, terra de músicas de gosto bastante duvidoso também mostra que é capaz de produzir pérolas como o Hatefulmurder, que ao lado de Forkill e Savant se coloca como uma das grandes expoentes do Metal neste século 21. Belo álbum, com o selo ‘Made in Brazil”. Recomendado para quem tem a mente aberta.
NOTA: 8,0