Resenha: Korn – “Requiem” (2022)
Lá se vão quase 30 anos de história do Korn, que ao longo desse tempo construiu uma carreira mais do que consolidada entre o amor e ódio do público, arrastando uma legião de fãs em turnês pelo mundo, muitas delas estrelando festivais de renome e tudo mais o que uma banda bem sucedida tenha direito. Nessa trajetória, são 14 discos, seu último lançamento, “Requiem”, chegou em 2022 pela Loma Vista Records e apresentou uma proposta diferenciada, mais uma vez.
Quem acompanha a banda, sabe que eles já tentaram criar algo alternativo ao seu som, com “See You On The Other Side” e “Untitled”, empreitadas que não deram muito certo, talvez pelos conflitos internos que passavam naquele período ou a falta de maturidade para criar algo nessa linha. Também apostaram no dubstep em “The Path of Totality“, que segundo Jonathan Davis, era uma tentativa de se desvencilhar dos traumas revivido no disco “III”, que em ambas as edições, não agradou muito. Já “Requiem” fez ao contrário, com o grupo indo em novos rumos, mas sabendo exatamente o que está fazendo, ainda que espante alguns fãs de longa data.
Os singles “Start The Healing” e “Forgotten” já mostravam algo diferente, inclusive nas letras que soam como redentoras ao invés do típico sofrimento de Jonathan, e cheias de qualidade. Outros momentos soam um tanto fluidos, com faixas de fácil assimilação e refrão grudento como “Let The Dark to the Rest” e a ótima “Disconnect”,. E claro, momentos para os saudosos estão lá como a pesadíssima “Hopeless and Beaten”, com um refrão monstruoso e denso, além de riffs incríveis da dupla Munky e Head, que assombram em “Lost in the Grandeur“, com a pesadíssima bateria de Ray Luzier brilhando no trabalho todo com linhas cheias de detalhes que dão charme em tudo. Ainda tempo para a cheia de groove e brutal “My Confession“, com uma ponte incrível. E o final incrível apoteótico e eufórico com “Worst is On Its Way”, com direito a scats de Davis e mais um ótimo refrão, numa das melhores do disco.
O Korn põe um pé no freio após o denso “The Nothing” de 2019 e sua carga de luto sombria e faz um disco “alegre”, dentro de seus moldes. Ainda que diferente, conquista e se torna um mimo na sua história e que irá trazer bons sorrisos aos fãs, além de uma banda amadurecida e sem amarras, fazendo boa música, pesada e radiofônica, por que não?
NOTA: 8⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐
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