Resenha: Lynch Mob – “Babylon” (2023)
Lynch Mob foi formado em 1989 após George Lynch deixar sua antiga banda, Dokken. O primeiro álbum do grupo, “Wicked Sensation”, foi aclamado tanto pela crítica quanto pelos fãs e alcançou a certificação de ouro. Desde então, a banda continuou a lançar álbuns com uma série de músicos talentosos se unindo a Lynch ao longo de sua trajetória, resultando em um total de seis álbuns de estúdio. “Babylon” marca o oitavo álbum de estúdio do Lynch Mob, e o primeiro lançamento desde “The Brotherhood” de 2017, e que chega pela Frontiers Records e com distribuição nacional pela Shinigami Records.
Seis anos após o último lançamento e três anos depois de George considerar abandonar o nome da banda, ele retorna com um novo álbum do Lynch Mob, agora com o baterista Jimmy D’Anda e os novos membros Gabriel Colon nos vocais e Jaron Gulino no baixo. No entanto, a ausência de Oni Logan, que contribuiu significativamente com letras e vocais, é sentida.
Trocar de vocalista é sempre um desafio, e embora Robert Mason tenha ocupado o lugar de Oni Logan com competência por vários anos, outros vocalistas não deixaram uma marca duradoura no Lynch Mob, apesar de seu talento. Gabriel Colon, apesar de seu desempenho sólido, também se encaixa nesse grupo de vocalistas temporários, o que faz com que este álbum pareça mais um projeto solo de Lynch do que um verdadeiro disco do Lynch Mob.
O som característico está presente – aquela guitarra energizada pelo estilo Hard Rock com toques de Blues. A primeira impressão é de que este álbum agradará aos fãs leais, e o momento de seu lançamento, próximo a um novo álbum do Dokken, inevitavelmente gera comparações. No entanto, quanto mais se ouve este álbum, mais evidente se torna a capacidade de Lynch de entregar um trabalho de alta qualidade quando se dedica a isso.
Desde o último álbum do Dokken em 2012, George Lynch lançou impressionantes 20 discos, incluindo cinco álbuns do Lynch Mob, três solo, alguns com Lynch and Pilsen, dois Sweet & Lynch, três KXM, um T&N, um Ultraphonix, dois End Machine e um disco Dirty Shirly, além de inúmeras outras colaborações.
O álbum abre com “Erase”, uma faixa que tenta recriar um som familiar e consegue, com guitarras afiadas e uma produção sólida. Embora Colon tenha uma voz marcante, ela traz um tom mais agressivo que se desvia um pouco do estilo mais bluesy de Oni Logan. Isso não é necessariamente negativo, pois traz uma nova energia e moderniza o som da banda.
“Caught Up” brilha com um groove intenso e uma energia palpável que culmina em um solo ardente. “I’m Ready” apresenta uma batida deliberada e uma abertura que lembra Van Halen, enquanto “How You Fall” adiciona uma dose de peso à mistura.
“Million Miles Away” é uma balada emotiva que equilibra o álbum com sua alma e paixão. “Let It Go” é a única faixa que não se destaca tanto quanto as outras, mas isso é rapidamente compensado por “Firemaster” e sua vibe hipnótica com toques orientais, além de “The Synner“, que mistura influências de Alice in Chains e Stone Temple Pilots de forma eficaz.
A faixa-título “Babylon” encerra o álbum de forma épica, mesclando a essência do rock dos anos 80/90 com elementos modernos. A guitarra de Lynch brilha, acompanhada por uma majestade que remete ao Sabbath com um toque de Alter Bridge.
Sempre fui um grande admirador de Lynch e Lynch Mob, e 2023 mostra ambos em excelente forma. O som está ligeiramente modernizado, mas ainda preserva a essência que os fãs esperam. Este é um dos álbuns mais promissores do ano, e após algumas audições, tenho certeza de que muitos concordarão que ele cumpre suas promessas.
NOTA: 7