Resenha: Urdza – “A War With Myself” (2024)
Una-se a paixão ao jogos e ao heavy metal, e boom, temos aqui um trabalho vindo do nacional com tudo que o bom fã das duas vertentes esperam.
Se inspirando no jogo “Magic: The Gathering”, o Urdza lança seu novo disco, “A War With Myself“, que bebe das principais fontes que a banda traz, como o Iron Maiden, Judas Priest, Megadeth, entre outras várias que ficará fácil para identificar, e consegue reunir isso tudo num grande trabalho, que carrega a produção de Thiago Bianchi.
Os riffs iniciais da faixa título abrem o álbum, e já traz a energia de tudo que foi citado acima, com as seis cordas comandadas por Hugo do Prado, que consegue misturar peso e melodias na medida certa. A voz é comandada por seu irmão, Heitor Prado, que carrega um refrão poderoso, cheio de vigor e que vai ficar fácil na mente de quem ouvir! A velocidade chega junto em “Wrath of God“, com a bateria de Danilo Abreu ditando o tom, em sintonia com o baixo de Cid Costa, que criam uma cozinha bem amarrada e formam o groove que é a marca da faixa. O solo com traços do thrash do Megadeth, curto, mas certeiro, é a cereja do bolo aqui. “Living in Fear” fecha a trinca incial, com boas camadas do groove da música anterior, em um ritmo mais cadenciado e lento. “Sinner or Liar” é uma das mais explosivas do disco, com um riff incial marcante e um vocal mais rasgado, e dona de um instrumental bruto, que se impõe na segunda metade, mostrando a que veio e facilmente seria um ótimo single. “Damnation” encarna o metal veloz e sem freios, num ótimo tralho de guitarra. “Rising From the Fire” é outro destaque do disco, e poderia ser usada como cartão de visitas a banda. Uma vibe do hardcore norte americano oitentista é vista por aqui e a torna um momento único do registro. A banda se arrisca e manda um instrumental com “Imperial Seal“, onde mostram saberem muito bem o que fazer e acertam em cheio na escolha e criam um ótimo momento. O encerramento de “Dark Ritual“, que abusa dos teclados, em contrapeso das guitarras fortes, é um tiro certeiro para concluir sua primeira amostra de força.
O Urdza acerta ao conseguir brincar com suas referências em seu disco de estreia, e cria um disco muito bem amarrado, com alguns pequenos escorregões em algumas faixas da segunda metade, mas que não cabem aqui, pois em nada mudam a qualidade do que entregaram, e que com certeza, vai deixar o fã de metal nacional orgulhoso do que vai ouvir por aqui.
NOTA: 7
Ouça o disco aqui: https://urdza.hearnow.com/