Resenha: Winger – “Seven” (2023)

O Winger vem lá dos anos 80, pautando seu som no hardrock e assim foi no decorrer da sua história.

Eles foram fiéis a si e a sua perspectiva do que tinham em mente para firmar uma identidade do que é o Winger. Foram quase dez anos para um novo disco, e com direito ao logo original de volta, chegamos a “Seven”.

Lançado pela Frontiers Music e vindo ao Brasil pela Shinigami Records, Kip Winger não para no tempo e o seu citado logo é a única coisa que se amarra ao passado, com a banda trazendo um hard mais encorpado, divertido e pitadas do atual.

A abertura com “Proud Desperado” é uma avalanche de riffs e dona de um refrão cativante e mostra que esses dez anos serviram para que a banda se realinhasse e se reencontrasse, mostrando que ainda tem o que nos oferecer e com qualidade. “Heaven’s Falling” é mais melódica e traz versos que “agarram” o ouvinte de imediato, porém, ela fica abaixo da abertura, não sendo exatamente um simples preenchimento, mas funciona de forma “legal”. “Tears of Blood” é um grande hino do disco. Impactante, dramática e poderosa, é uma escolha certeira de ser um dos singles. A canhota de Rod Morgenstein na bateria aqui é o mesmo que a batuta de maestro ritimando o tom, e Red Beach acompanha com sua guitarra mesclando peso e melodia na medida correta, para catapulta a voz rasgada de Kip as alturas. Grande momento. “Ressurrect Me” da uma quebrada na densidade, fazendo uma música dinâmica, mas mais direta e “Voodoo Fire” é introduzida por um baixo groovado e cai em uma música “pegada”, troncuda e forte. “Broken Glass” é uma balada que fecha a sequência de sucesso. Daí em diante, passeamos por músicas que servem para caminhar ao final, mas não se engane achando que são faixas “invisíveis”. Dois destaques aqui, e são “Stick the Knife in and Twist” e “One Light to Burn“, músicas carregadas de peso e força, incorporando aquele hardrock bruto, sem farofa ou firulas! No final, o fechamento traz uma das melhores músicas lançadas este ano. “It All Comes Back Around” inicia com melodia branda voz de Kip e um piano, aos poucos, ela vai ganhando corpo, forma e então a banda toda entra em um momento épico. Daí em diante, temos um despejo de linhas espetaculares e um refrão que pensa uma tonelada e tem a presença de um elefante em uma sala. É incrível e um encerramento nas alturas, com a guitarra de Beach disparando notas absurdas e monstruosas.

O Winger acerta em cheio aqui, com algumas pequenas “bolhas de ar” que não afetam em nada o bom rendimento do registro, e “Seven” crava que há muito a ainda caminhar e oferecer, e que eles terão trabalho de superar a sequência desse registro.

NOTA: 8

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *