Slipknot pode se tornar série, mas sem controle de estúdios, diz “Clown”: “não deixaria ninguém nos representar”

O Slipknot e sua gama de produtos e mídias, pode finalmente ir para as telonas, lugar por onde falta passar.

Em um entrevista com a NME, o percussionista e fundador da banda, Shawn “Clown” Crahan, falou sobre a ideia de uma produção nesse formato, mas que ele não gostaria da interferência de grandes estúdios, que teria de ser algo livre de qualquer amarras e controle de produção. Ele comenta:

Não faz muito tempo que eu ficava muito frustrado com esse tipo de ideia, porque o negócio, digamos assim, estava nos pressionando para algo assim. O problema é que eu assisti ‘Bohemian Rhapsody’ e é estritamente unilateral. E as pessoas que escreveram e outras coisas, eles vão te dizer: ‘oh, deveria ser unilateral’. É apenas sobre a estrela, é a história de Freddie Mercury, mas eu também sou um fã de Brian May e eu quero saber mais sobre ele. Só não dá para fazer isso em duas horas, e os engravatados do mundo corporativo, que mantêm a indústria cinematográfica, não querem fazer mais do que duas horas. Isso é um risco muito grande para o negócio deles e, infelizmente, eles controlam como a arte é tratada e chega à maioria da raça humana.

Eu nunca deixaria ninguém nos representar, então estou guardando isso para o filme. Tive muitas ideias trazidas até mim, e muitas pessoas estão frustradas comigo sobre isso. Eles me disseram: ‘Talvez seja melhor que não se envolva’. E fiquei tipo: ‘Sim, vamos ver’. Porque se eu não estiver envolvido, isso significa que não estou envolvido. Ou seja: ‘boa sorte com o que estiver tentando fazer, porque não vou aprovar uma palavra disso’. Eles pressionaram, mas não estou interessado.

Estou pensando entre oito e quinze episódios. Dessa forma, você pode ir no passado e ver [o falecido baixista] Paul Gray tocando uma guitarra destra quando ele é canhoto. Posso voltar para quando era criança e contar todas as histórias sobre as loucuras que Joey [Jordison, ex-baterista do Slipknot que morreu em 2021] costumava fazer. Posso recriar todos os cenários que fariam você pensar: ‘oh, é por isso que esse cara é quem ele é!’ Não vou fazer Bohemian Rhapsody, cara. Há muitos caras no Slipknot que precisam ser representados igualmente – nenhum é melhor que o outro e você não pode explicar a banda sem explicar todos eles.”

O Slipknot está se livrando de todas as suas “amarras”, ao optar não mais renovar seu contrato com a Roadrunner Records, após 25 anos de parceria.

A banda se prepara para desembarcar no Brasil em dezembro, para duas apresentações. A primeira, no Rio de Janeiro ao lado do Bring me the Horizon, no dia 15. E no dia 18, a banda traz o seu circo para São Paulo, na primeira edição do festival Knotfest, onde se apresenta ao lado do Judas Priest, Pantera, Sepultura, Trivium, entre outros. Os ingressos ainda podem ser adquiridos no site da Eventim.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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