Black Sabbath: 11 anos do lançamento de “13”

Há onze anos, em 7 de junho de 2013, um Black Sabbath com 3/4 de sua formação original (à exceção do baterista Bill Ward, que insatisfeito com a forma de divisão financeira entre os membros, acabou ficando de fora da gravação e da turnê de despedida), lançava “13“, o 19° e último álbum da carreira da mãe das mães de todas as bandas de Heavy Metal.

O álbum marca o fim de alguns jejuns, os quais iremos enumerar agora: é o primeiro álbum de estúdio do Black Sabbath desde “Forbidden” (1995), o primeiro com Ozzy Osbourne desde “Never Say Die” (1979) e o primeiro com Geezer Butler desde “Cross Purposes” (1994). O tecladista Geoff Nicholls também retornou a um álbum de estúdio desde “Never Say Die“. É também o primeiro álbum a sair pelo selo Vertigo desde “The Eternal Idol” (1987).

A formação original do Black Sabbath se reuniu para shows entre os anos de 1997 e 1999, o que rendeu um álbum ao vivo, “Reunion” (1998), o primeiro e único álbum dos criadores do Heavy Metal. Em 2001, eles as reuniram para gravar mais um álbum, mas Ozzy estava ocupado finalizando seu álbum “Down to Earth” (2001), Geezer estava às voltas com seu projeto GZR e Iommi tocava o Heaven & Hell com o imortal Ronnie James Dio.

Em 2011 a informação de que o Black Sabbath estava reunido novamente para gravar um novo disco e sair em turnê se tornou pública. Então os três membros originais, mais o baterista contratado, Brad Wilk, do Rage Against the Machine se reuniram em dois estúdios: o Shangri-La Studios, em Malibu, Califórnia e também no Tone Hall, na Inglaterra, entre os meses de agosto de 2012 e janeiro de 2013, na companhia do produtor Rick Rubin.

Alguns problemas atingiram a banda durante esse processo, como o linfoma sofrido por Iommi, o que fez com que parte das gravações tivessem acontecido na Inglaterra. Antes disso, Bill Ward, não satisfeito com o contrato que lhe foi apresentado, disse que não assinaria se as condições fossem melhoradas. A resposta da banda foi: “não há outra alternativa, iremos continuar sem ele”. Com isso, Brad Wilk foi recrutado somente para a gravação, já que Tommy Clufetos, que já tocava na banda de Ozzy Osbourne, foi efetivado como músico contratado para os shows.

A arte do álbum é de Nick Dart e Neil Bowen. Eles contrataram o escultor Spencer Jenkins, que desenhou o número 13 em uma madeira. Depois eles atearam fogo na escultura dos números e a imagem que a gente vê na capa do disco foi imortalizada pelo fotógrafo Johnatan Knowles. As chamas poderiam ser vistas a quilômetros de distância de Buckinghamshire, Inglaterra, local onde a imagem foi produzida.

O álbum tem duas datas de lançamento distintas: a de hoje refere-se ao lançamento pela Vertigo (Reino Unido), enquanto que a Universal Music lançou o álbum nos Estados Unidos em 19 de junho. De acordo com Geezer Butler, a ideia do título do álbum veio depois da pressão da gravadora para que o álbum tivesse 13 canções, mas eles gravaram dez, sendo que apenas oito entraram para o álbum derradeiro da banda.

E falando nas músicas, temos 53 minutos distribuídos em 8 faixas, que mostram um Black Sabbath moderno, com resquícios da sonoridade que criou o estilo que hoje conhecemos como Heavy Metal. Longe de estar na primeira prateleira, como os cinco primeiros álbuns da banda, mas também longe do período menos criativo que Iommi levou a banda, após a saída de Dio nos anos 1980, o aniversariante do dia é um bom álbum e podemos destacar “Live Forever“, além das duas músicas que abrem o álbum “End of the Beginning” e “God is Dead?” como os grandes destaques. Aliás, somente essas duas, com mais de 8 minutos de duração, já toma 1/3 de toda extensão do álbum e estão entre as 5 músicas mais longas dentre todas as que o Black Sabbath já compôs.

Com o álbum pronto, a banda saiu em uma extensa turnê, que durou até 2017. E se o Black Sabbath com seu lineup original quase que completo jamais tenha pisado no Brasil, desta vez a banda veio por duas vezes. Em 2013 na “Reunion Tour“, quando trouxe o Megadeth como banda de abertura e em 2016 na turnê “The End”. Este redator que vos escreve teve a honra de ser uma das testemunhas do primeiro show e ainda que Tommy Clufetos seja um cavalo atrás de seu kit de bateria, ficou uma pequena ponta de frustração por não ter sido Bill Ward o baterista. Uma tremenda covardia com um dos bateristas mais geniais que o Heavy Metal conheceu.

13” teve boa recepção de crítica e público, ainda que algumas críticas ao trabalho feito por Rick Rubin, sobretudo pela mixagem que não ficou tão boa. Ainda assim, a banda ganhou um Grammy em 2014, na categoria “Melhor Performance de Metal” com a música “God is Dead?“. Em 2013, a Metal Hammer deu ao álbum o título de melhor disco do ano, mesmo título que a Classic Rock Magazine também lhe deu. Em 2014, foi a vez da Revolvermag dar o mesmo título ao nosso aniversariante do dia.

Nos charts, a banda mostrou porque é e sempre será a banda mais influente do Heavy Metal: topo das paradas no Canadá, Dinamarca, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, 2° na Austria, Finlândia e Hungria, 3° na Grécia e na Escócia, 4° na Austrália, Bélgica, Estônia e Espanha; 5° na Irlanda, 6° na Itália, Nova Zelândia e Noruega, 9° em Portugal, 10° nos Países Baixos e Japão, 12° na Suécia, 13° na Suíça e 15° na França. Foi certificado com Disco de Ouro na Austrália e Reuni Unido e Disco de Platina na Alemanha, Polônia e Canadá e, veja só caros leitores, até o Brasil entrou nessa. Nosso país tupiniquim que normalmente têm entre os vencedores de tal honraria, artistas de gosto musical pra lá de duvidoso, desta vez nos encheu de orgulho, premiando o último disco da mais suprema entre as bandas do estilo que amamos.

Hoje é o dia de celebrar o ponto final na discografia da banda que, sem ela, não existiria nada do que conhecemos, curtimos ou não. O Black Sabbath é o alfa e o ômega do Heavy Metal. Eles não fazem mais shows, mas estão vivos pelo simples fato de ter partido destes quatro cavaleiros de Birmingham, a ideia de tocar blues com mais peso, criando assim a vertente mais pesada do Rock. Nosso respeito por Tony, Ozzy, Geezer e também por Bill, que mesmo não estando aqui, também é parte criadora de tudo isso que está aí. O legado do Black Sabbath é imortal. Existem rumores de que a banda pretende se reunir para shows esporádicos, mas eles estão com idade bastante avançada e pelo menos nós brasileiros não devemos nos criar muitas expectativas. Só a obra deixada por eles já nos é de grande valia.

13 – Black Sabbath
Data de lançamento – 07/06/2013
Gravadoras – Vertigo/ Universal

Faixas:
01 – End of the Beginning
02 – God is Dead?
03 – Loner
04 – Zeitgeist
05 – Age of the Reason
06 – Live Forever
07 – Damaged Soul
08 – Dead Father

Formação:
Ozzy Osbourne – vocal
Tony Iommi – guitarra
Geezer Butler – baixo

Participação especial:
Brad Wilk – bateria

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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