Insane Fest leva seu nome a risca em tarde de domingo com punk e hardcore
Texto por: Cecília Bartholomeu
A terceira edição do Insane Music Festival aconteceu no dia 18 de junho de 2023, no Carioca Club, em SP, reunindo diversos nomes do punk, hardcore e emo rock.
A casa abriu às 14 horas. Havia bancas de merch das bandas, de churrasco e de lanches veganos, ou seja, o evento estava preparado para atender o pessoal straight edge que com certeza estaria por lá.
Às 14h30, a banda Vendetta deu início ao evento com seu som enérgico e politizado, misturando hardcore e punk, com notável influência de Cro-Mags. O show foi curtinho e infelizmente a casa ainda não estava cheia, mas os presentes curtiram muito a apresentação.
A banda, que se apresentou com nova formação, está ativa na cena do hardcore desde 2005 e possui 2 álbuns: Atire a Pedra (2007) e Incondicional (2010), além de um single lançado em 2019, chamado Ultimato.
Mar Morto foi a segunda banda da tarde. Hardcore com vocal feminino melódico com momentos de agressividade. Som objetivo, sem frescura, com passagens bem contundentes que animaram bastante o público. A faixa “Ditadura Maquiada” contou com a participação especial de Sandro, da banda Cannon of Hate.
Mar Morto foi formada em 2013 na Praia Grande, litoral sul de São Paulo, com influência de bandas como Bad Religion, Ignite e Lagwagon.
Possuem 3 trabalhos lançados: o single “Mar Morto”, de 2014, e os álbuns “Vendar Seus Olhos” e “Metrópolis”, de 2015 e 2018, respectivamente.
A banda já tem um clipe da música “Invisíveis”, que você pode conferir no Youtube:
A próxima apresentação do Mar Morto em São Paulo será no dia 02/07/23, no Rock Together Studio, com as bandas Angvstia, que está lançando um disco, além de Caffeine Blues e Loyal Gun.
Na sequência, Metade de Mim, banda paulista de emo/rock alternativo/hardcore melódico apresentou um set repleto de faixas românticas e melódicas, cantadas em português, com direito até a teclados. O show foi cativante, o público estava bem animado para curtir ao vivo o single recém-lançado da banda, chamado “Vacilo”.
Segundo o próprio material divulgado pelo quarteto, “Vacilo” funciona como um contraponto ao segundo EP, “Depois de Tudo que Eu Passei”, de 2022.
A banda foi formada em 2019, mas já tem vários trabalhos gravados: “Você Não Vale o Trampo que Dá” (2022), “Volte” (2020), e “Volte, a Chuva Acabou” (2020).
A próxima apresentação de Metade de Mim em São Paulo será no dia 21/06/23, no FFFront, com a banda Zander.
Bayside Kings subiu ao palco às 16h20 pontualmente, trazendo muita insanidade, moshpit, roda punk e pancadaria para o público do evento. A casa já estava cheia. O vocalista é bastante intenso e carismático, convidando o público a se aproximar, interagir, pular, cantar, com direito a ele próprio ir para a roda no meio da galera.
A banda já tem mais de 10 anos de estrada e conta com vários álbuns: “The Way Back Home” (2012), “Waves of Hope” (2014), “Resistance” (2016), “Ao Vivo no Estúdio Showlivre” (2018), “Miragem” (2021 – single), “Existência” (2021), “A Consequência da Verdade” (2022 – single) e “Tempo” (2022).
A próxima apresentação de Bayside Kings será no dia 30/06/23, no Tupinikim Pizza Bar & Lounge, em Santo André, com as bandas Eminence, Eskrota e Amorfo.
Depois foi a vez da banda Mukeka di Rato, de Vila Velha, que dispensa apresentações e parecia ser uma das mais aguardadas do festival. Com faixas marcantes que todos cantavam junto, nítido posicionamento esquerdista e muito sarcasmo, o show foi marcado por roda punk e mosh do começo ao fim. Quem não conhecia bem a banda se surpreendeu com a irreverência da faixa de 15 segundos chamada “Facada”, que inclusive foi tocada duas vezes. O tempo pareceu voar, o show foi muito divertido.
Uma curiosidade interessante sobre a banda Mukeka di Rato, formada em 1995, é que seu nome foi inspirado em uma reportagem que contava o drama de uma cidade de Pernambuco cujos habitantes estavam comendo ratos achados no lixo.
Em seguida, com quase uma hora de atraso, a banda argentina de hardcore/punk Sudarshana iniciou sua apresentação de peso, com músicas cheias de positividade, defendendo os direitos animais e o veganismo. Foi um feliz retorno para a banda que estava há mais de uma década afastada dos palcos.
Após o grande hiato sem gravações e shows, a Sudarshana retornou com o álbum “Sacrifício” e o EP “La Roue de Fortune” (2022). Mas não deixem de conferir também os trabalhos do início da carreira da banda: “Reviviendo la Emoción” (2000) e “La Rebelión del Corazón” (2004).
Infelizmente, devido a questões com horários, duas bandas não puderam ter seus shows resenhados, Pense e Dance of Days, mas esperamos ter a chance de acompanhar sua execução nos palcos em breve.
o Insane Fest levou seu nome a risca e levou a tarde de domingo um encontro do underground mais agressivo, misturando o punk, o hardcore e uma pitada do emocore em sua veia mais raíz e quem compareceu, pode apostar que ficou com gosto de quero mais e uma próxima edição.