Judas Priest: há 47 anos banda lançava o clássico “Sin After Sin”

Há 47 anos, em 08 de abril de 1977, o Judas Priest lançava “Sin After Sin“, o terceiro álbum da discografia desta banda que é cultuada por uma maioria esmagadora dos fãs de Heavy Metal. O álbum é tema do nosso bate-papo nesta segunda-feira. Vamos contar um pouco da história deste play.

Após os dois primeiros álbuns, que são de uma relevância tremenda, mas que não se destacaram em termos de vendas ou nas paradas de sucesso, a banda rompeu com a Gull Records. “Sin Alter Sin” marca a estreia pela Columbia, isso nos Estados Unidos, uma vez que no Reino Unido, o disco foi distribuído pela CBS. Esse foi o primeiro disco que rendeu notoriedade comercial para o Judas.

Lançado apenas 13 meses após “Sad Wings of Destiny“, o aniversariante do dia teve o processo de produção e gravação relativamente rápido. A banda se reuniu no Ramport Studios, em Londres, durante os meses de janeiro e fevereiro. O produtor escolhido foi ninguém menos do que Roger Glover, à época, afastado do Deep Purple. O produtor exerceu bastante influência no disco, pois a banda estava disposta a gravar uma versão para “Race With the Devil“, do The Gun, porém, ele os convenceu a fazer uma versão para “Diamond and Rust“, da cantora folk estadunidense Joan Baez.

A arte da capa é inspirada no Mausoléu de Alexander Gordon, localizado no cemitério Putney Vale, em Londres, muito bonita por sinal. Este é o único registro com o baterista Simon Phillips, então com 19 anos de idade. Ele não é creditado como membro da banda e sim como músico adicional. Vamos então, sem mais delongas, passear pelas oito faixas que estão presentes no play.

Sinner” é a faixa que abre o play e ela é também a mais longa, com quase sete minutos de extensão. Aqui temos uma música cheia de energia e com um pé no Hard, outro no Heavy, e um refrão bem marcante, além de algumas variações. Aqui nós podemos perceber como as bandas do chamado Glam Metal se inspiraram nos mestres. Em seguida temos o já citado cover da cantora Joan Baez, “Diamonds Rust“… Honestamente eu não conheço a versão original, mas o Judas botou um certo peso nas guitarras e se ninguém disser que se trata de uma música não autoral, todos irão achar que foi escrita pelos próprios músicos. O baterista Simon Phillips se destaca com suas batidas, e em um certo momento, coloca o bumbo duplo para trabalhar, algo inimaginável na versão de Joan Baez.

Starbreaker” tem ótimos riffs de uma das maiores duplas não só dá NWOBHM, mas do Heavy Metal em geral. Estamos falando de K.K. Dowing e Glenn Tipton. Eles deram uma aparência rústica à sonoridade das guitarras, mas que ficou genial. E o solo é ainda mais genial. “Last Rose of Summer” é a faixa número quatro e também a balada do disco, uma música com boas harmonias e bem calma em relação as anteriores.

Se você está no vinil, é hora de virar o lado da grande bolacha porque temos a metade final que se inicia com “Let us Prey/ Call for the Priest” que tem um início que aparenta explorar as vertentes do Prog Metal, mas logo entram os riffs rápidos que nos apresenta o que de melhor a NWOBHM pode ter. É uma das minhas favoritas desse play. O novato Simon Phillips disputa palmo a palmo com a dupla K. k. Dowing e Glenn Tipton pelo protagonismo. São mais de seis minutos de adrenalina pura. “Raw Deal” por sua vez devolve o clima Hard Rock ao play, em uma música bem estruturada e com um final épico.

Here Come the Tears” é densa e melancólica, porém, pesada. As guitarras tem um feeling impressionante. E o que dizer da clássica “Dissident Aggressor“, que foi imortalizada pelo Slayer onze anos depois no álbum “South of Heaven”? Um peso absurdo para a época, riffs escandalosamente maravilhosos e uma performance vocal absurda de linda, com tons desesperados do Metal God, Rob Halford. O final com chave de ouro que o disco merecia.

São 40 minutos de muita qualidade em um disco que seria imortalizado como uma das pérolas do estilo que hoje nós abraçamos e cultuamos. “Sin Alter Sin” marcou a primeira aparição do Judas Priest nas paradas, alcançando o 23° lugar no Reino Unido, a 49ª posição na Suécia, além de ter sido premiado com Disco de Ouro nos Estados Unidos. Em 2001, o álbum foi relançado com a inclusão de duas faixas bônus: o cover para “Race With the Devil“, que havia sido brecada pelo produtor Roger Glover, além de uma versão ao vivo para a música “Jawbreaker“, executada durante apresentação em Long Beach, na Califórnia, em abril de 1984.

Enfim, um baita disco que caminha para completar 50 anos e vai envelhecendo muito bem. Para nossa felicidade, o Judas Priest segue na ativa, e acabaram de lançar seu mais novo petardo, chamado “Invencible Shield“. Enquanto aguardamos um retorno da banda ao Brasil, vamos ouvindo esse baita play no volume máximo. Longa vida ao Judas e que a banda continue a lançar ótimos discos. Nós tivemos a sorte de viver na mesma época de Rob Halford e Glenn Tipton.

Sin Alter Sin – Judas Priest
Data de lançamento – 08/04/1977
Gravadoras – CBS/ Columbia
Faixas:
01 – Sinner
02 – Diamonds and Rust
03 – Starbreaker
04 – Last Rose of Summer
05 – Let us Prey/ Call for the Priest
06 – Raw Deal
07 – Here Come the Tears
08 – Dissident Aggressor

Formação:
Rob Halford – Vocal
K. K. Dowing – guitarra
Glenn Tipton – guitarra
Ian Hill – baixo
Simon Phillips – bateria

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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