Megadeth retorna ao Brasil com show impecável e sem interações
Foram nada menos do que sete anos para a esperada volta do Megadeth ao Brasil!
Os fãs tiveram de passar pela decepção de dois cancelamentos em terras brazilis, o que frustrou aos que esperavam Dave Mustaine e sua “trupe”.
Eis que agora o fato se consuma e estamos no dia do aguardado regresso a nossas terras, depois de shows bem sucedidos na América do Sul com um estádio lotado no Chile em coro, três datas esgotadas e com transmissão ao vivo na Argentina com direito a pocket show na porta do hotel para alguns fãs contemplados. Chegamos a São Paulo, única passagem pelo Brasil nesta quinta-feira.
O Espaço Unimed foi o local escolhido, e com uma casa praticamente lotada, e o seu clássico calor, no horário marcado, as 21:30, as luzes se apagam e era o momento de pela próxima uma hora e meia, termos uma avalanche de riffs e muito metal!
Este show era marcado além do finalmente e aguardado regresso, a estreia de Teemu Mantysaari nas guitarras em nossas terras. E o cara já se mostra um tanto solto no cargo, anteriormente de Kiko Loureiro.
Abrindo com a faixa título do último disco, “The Sick, The Dying… And The Dead”, Dave, Teemu, James LoMenzo e Dirk Verbeuren, se mostram uma verdadeira unidade na avalanche brutal de riffs. O som é impecável, e a bateria de Dirk soa venenosa e um monstro de vida própria. A sequência vem com “Skin o’ My Teeth” e “Angry Again”, que é ovacionada e cantada a plenos pulmões pela plateia. Só então, Mustaine dá um rápido boa noite a seus fãs, em um curto e raro momento de interação durante a noite, e logo surge “Wake Up Dead”, “In My Darkest Hour” e “Coutdown to Extinction” que coloca a plateia em mais um momento de delírio.
Há de se falar da destreza de Mantysaari, que toma a frente do palco em solos destruidores, e não se acanha mostrando e se afirmando no posto sem medo algum.
Após “Sweating Bullets”, “Dystopia”, que batiza o penúltimo disco tem uma recepção bastante empolgada do público, e eis aqui um dos momentos mais intrincados musicalmente do show. LoMenzo é gigante ao amarrar a dupla de guitarristas com seu peso monstruoso no baixo, aliados à bateria massacrante de Dirk. Ao final, é mais um momento de interação rápida de Dave com o público, trocando meia dúzia de palavras e as luzes se apagando novamente para o que vem adiante.
Daqui para frente, clássicos que não são desconhecidos de nenhum iniciante em Megadeth, vão dar as caras por aqui.
“Hangar 18” abre a sequência que vai encaminhar para o final, e é matadora em seus riffs aniquiladores e cavalgados. “Trust” não fica atrás e faz a pista tremer com os pulos dos presentes. A cavalar é uma das mais esperadas da noite, e claro, “Tornado of Souls”, faz o calor do local aumentar. A clássica faixa é suco do thrash e ao vivo, seu peso é potencializado, principalmente pela mais uma vez citada, batera de Dirk.
A banda sai de cena e uma luz vermelha em Teemu, único membro no palco, que começa a tocar notas conhecidas do público. O dedilhado de “A tout le monde” começa e é um momento icônico, com o Espaço Unimed praticamente lotado e cantando a sua letra. “Devil’s Island” faz a ponte para “Symphony of Destruction” que dispensa comentários. O público segue o ritmo do riff inicial aos gritos de “Megadeth”. “Peace Sells” chega na sequência e temos a presença de Vic Rattlehead, o mascote da banda, enquanto Teemu e Dave se revezam em solos.
A produção do show é um caso a parte! As luzes dão o tom certo a cada música e engrandecem as figuras no palco. Além disso, palmas para o engenheiro de som, pois estava tudo impecável por ali, ouvindo cada instrumento e vozes na forma correta, sem soar estridente ou com algo perdido.
O bis retorna com “Holy Wars… The Punishment Due”, onde Mustaine apresenta seus companheiros e coroa o final, que nem direito a um “até breve” teve. Cada um se “despiu” de seu instrumento e sumiu em meio às cortinas.
Sem rodeio algum, o Megadeth entrega um show impecável, pesado e rápido, em qualquer sentido da palavra. Um pouco mais de “calor” após esses sete anos para o retorno, teriam sido bem recebidos, mas o que faltou em emocional, foi entregue em uma metralhadora de riffs e peso!
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