Michael Jackson e 35 anos de “Bad”, seu disco de estética mais rock

Há 35 anos, Michael Jackson lançava “Bad”, seu sexto disco. MJ tinha nas mãos uma verdadeira bomba, ter de suceder um multipremiado “Thriller”, tarefa nada fácil.

Mas como sua mente incansável sempre pensava longe, o cantor decidiu mudar alguns rumos e dessa ideia, surgiu o disco com a estética mais rock que o cantor já teve.

Sabemos que Jackson sempre flertou com o estilo e no disco anterior tivemos nada menos que Eddie Van Halen fazendo um solo em “Beat It”. Porém, aqui as coisas são um pouco mais potencializadas, até mesmo na estética visual, adotando algo próximo a muitos visuais de bandas do hard/glam rock dos anos 80, como o couro e cabelos de laquê.

Por falar nisso, dentre os muitos músicos que tocam no disco, no solo de “Dirty Diana”, MJ teve a presença de ninguém menos do que Steve Stevens, que já tocou com Billy Idol e grandes nomes do hard rock, como Vince Neil em sua carreira solo, e Sebastian Bach.

E nas músicas, a roupagem mais “pesada” também foi empenhada. Como já dito, essa não era a primeira vez, e nem a última, pois em “Dangerous”, teríamos “Give Into Me”, com presença de Slash. Mas voltando a “Bad”, a própria “Dirty Diana” traz um clima que remete muito ao som do “rock farofa” da época, assim como “Speed Demon”, que ganha uma letra que poderia ser cantada pelo próprio Motley Crue. “Smooth Criminal” tanto é dona de uma vibe mais “rock”, que virou cover do Alien Ant Farm, e parece ser uma faixa já pensada a ganhar um riff mais pesado no futuro.

Bad” talvez fique na sombra de seu antecessor, criou seu próprio caminho, atingindo o número 1 da Billboard, entre diversas certificações pelo mundo a fora.

Ainda revolucionando nos videoclipes, para a faixa título e dirigido por Martin Scorsese e co estrelado por Wesley Snipes.

A estética do vídeo explora briga de gangues, que foi um tema bastante comum entre bandas, principalmente, de hardcore desse período. Ou em “Leave me Alone“, com letra ácida e vídeo satirizando coisas ditas sobre MJ, como quando ele dança com um esqueleto, uma referência ao “homem elefante”, Joseph Merrick, ao qual a mídia lançou rumores que o cantor havia pagado uma fortuna pelo seu esqueleto. Há também uma nota em que surge o boato de que Jackson dormia em uma câmara de criogenica para não envelhecer.

Grande marco de Michael Jackson e mostra a mente rotativa e sem rótulo do gênio, colocando mais um grande momento da música em nossas vidas e quebrando limites. “Bad” é sem sombra de dúvidas o disco dono da estética mais rock que o cantor já fez, mas muito além de estética, há forma e contornos únicos da obra que não a toa, mostrar porque MJ é e sempre será o rei.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

One thought on “Michael Jackson e 35 anos de “Bad”, seu disco de estética mais rock

  • maio 20, 2024 em 3:01 pm
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    Cresci vendo video clipes de Madonna, Cindy Lauper, filmes do Elvis que passava na sessão da tarde, Guns e Michael Jackson…fizeram parte da minha infância e juventude!!!! O Disco Bad fez muito sucesso e ainda faz sucesso até hoje, até o Chuck do Testament já se declarou fã de Michael, Valeu!!!!

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