Pantera: 28 anos do lançamento de “The Great Southern Trendkill”

Em 7 de maio de 1996, um Pantera dividido e perto do fim, lançava o disco mais pesado e brutal de sua carreira: “The Great Southern Trendkill“, o oitavo álbum (ou quarto álbum, como preferem alguns, este que vos escreve está incluso neste grupo) da carreira desta que foi a maior banda de Metal dos anos 1990. Esse discaço, que completa 28 anos nesta presente data, é assunto nosso por aqui nesta terça-feira.

Como sabemos, a banda teve em seus primórdios, uma sonoridade mais puxada para o Hard Rock, com seus integrantes vestidos como as bandas daquela época, fato que foi radicalmente mudado nos anos 1990, inclusive com os membros detestando relembrar daqueles tempos e era evidente o desconforto dos caras com esse “passado negro”.

Com a perda da popularidade da maioria das bandas de Metal na década de 1990, motivada por alguns fatores tais como a tentativa da MTV em enterrar vivo o estilo que seguia vivo. Capengando, é bem verdade, mas estava longe de morrer. As bandas mudaram drasticamente seu visual e seu estilo, muitas se perderam, mas felizmente se recuperaram anos mais tarde. Bandas como o Pantera, Sepultura e o Machine Head se aproveitaram deste vácuo e se destacaram neste período.

A banda estava rachada e isso se refletiu no disco como um todo. Denso como nunca o Pantera havia sido antes e igualmente raivoso e brutal em alguns momentos. O racha era tão grande que Phil Anselmo não esteve no mesmo estúdio que o restante da banda. Enquanto que Dimebag Darrell, Rex Brown e Vinnie Paul gravaram suas partes no “Chasin Jason Studios“, no Texas, Anselmo gravou suas partes no “Nothing Studios“, em Nova Orleans. E não era só isso, Phil andava em um tour bus separado dos seus companheiros. Era o início do fim do Pantera e nós não sabíamos. O álbum foi gravado entre outubro de 1995 e fevereiro de 1996.

A bolacha é composta por 11 canções que mais se parecem como carretas desgovernadas descendo uma ribanceira. Do início ao fim, temos uma enxurrada de riffs insanos, uma brutalidade que todos acreditavam que o Pantera poderia ter alcançado no maravilhoso “Far Beyond Driven“, que este ano completou 30 anos, mas que foi superado com razoável facilidade aqui. Mas o álbum não é feito só de músicas brutais. Temos “Suicide Note Pt. I” e a linda “Floods” contrastando com pedradas como a faixa-título, “War Nerve“, “Drag the Waters“, “13 Steps to Nowhere“, “Suicide Note Pt. II” e “Sandblasted Skin“, sem desmerecer as que não foram citadas. É somente mais um álbum do Pantera sem uma música ruim sequer e completou a trinca sagrada que a banda compartilhou com todos nós na década de 1990.

Em 2016, para comemorar os 20 anos, “The Great Southern Trendkill” foi relançado, contendo mixagens alternativas e uma gravação de um show da banda durante o Dynamo Open Air de 1998. Para os mais novos, o Dynamo era um dos grandes festivais do circuito do verão europeu na década de 1990 e acontecia em Eindhoven, Países Baixos. O álbum teve um bom desempenho nos charts pelo mundo: 2° lugar na Austrália, 4° na “Billboard 200“, permanecendo no principal chart estadunidense durante 16 semanas. Na Finlândia o álbum também alcançou a 4ª posição e na Nova Zelândia ficou em 5°; 7° na Suécia, 14° na Noruega, Áustria e Dinamarca, 17° no Reino Unido, 19° na Bélgica, 21° na Hungria, 29° na Alemanha, 37° na Suíça, 43° no Japão e 61° na Escócia e nos Países Baixos. Foi também certificado com Disco de Prata no Reino Unido, Disco de Ouro na Austrália e Nova Zelândia e Disco de Platina nos Estados Unidos.

Infelizmente com a morte dos irmãos Abott, primeiro Dimebag, cruelmente assassinado em 2004 e depois Vinnie Paul, cujo coração parou de bater em 2018, as chances de uma reunião do Pantera se tornaram nulas. O leitor pode dizer que o Pantera se reuniu, porém, isso não é uma verdade. Trata-se de uma banda tributo, mas não pode jamais ser chamada de Pantera, pois não existe Pantera sem os dois irmãos Abott. Hoje é dia celebrar esse baita disco e de ouvir no volume máximo. Anselmo apesar de ser um completo imbecil nazista, ajudou a eternizar um ótimo legado.

The Great Southern Trendkill – Pantera
Data de lançamento – 07/05/1996
Gravadora – East West

Faixas:
01 – The Great Southern Trendkill
02 – War Nerve
03 – Drag The Waters
04 – 10’s
05 – 13 Steps to Nowhere
06 – Suicide Note Pt I
07 – Suicide Note Pt II
08 – Living Through Me (Hell’s Wrath)
09 – Floods
10 – Sanblasted Skin
11 – (Reprise) Undergrond in America

Formação:
Phil Anselmo – vocal
Dimebag Darrell – guitarra
Rex Brown – baixo
Vinnie Paul – bateria

Participações especiais:
Seth Putnam – vocais adicionais em “The Great Southern Trendkill”, “War Nerve“, “13 Steps to Nowhere” e “Suicide Note Pt. II
Ross Karpelman – teclados em “Suicide Note Pt. I” e ” Living Through me (Hell’s Wrath)”

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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