O Rio começa o ano com um show inesquecível (e lotado) do Men At Work

Texto por: Tarcísio Chagas
Fotos: Emílio César

Mais uma vez, o Rio de Janeiro recebeu a banda Men At Work depois de longo e tenebroso inverno.

Resumida originalmente somente pelo vocalista e guitarrista Colin Hay da formação original, o agora sexteto trouxe uma legião de rockeiros com mais de 45 anos de média para cima (!!!!!)

Com o Qualistage quase completamente lotado, ou seja, quase 9 mil pessoas, o Men At Work trouxe uma banda super competente e ensaiada, e uma coisa que desde o princípio deu para notar foi que a voz de Colin continua intacta depois desses anos todos. O cara sequer desceu meio tom, mostrando que o carequinha mais vesgo do Rock continua cantando muito bem, obrigado entocando sua guitarra de forma simples e direta porém efetiva.

 

Ao lado de uma banda competente e com o som do Qualistage beirando a perfeição, tínhamos um palco simples, sem banner, mas com uma ótima iluminação e o sexteto cumprindo muito bem sonoramente que era o mais importante, é claro.
Apesar de tudo estar soando bem, o começo não empolgou muito. A escolhas das primeiras músicas pareciam ter deixado a plateia apática, mas a partir da terceira música, as coisas começaram a tomar um rumo melhor.

Can’t Take This Town” da carreira solo de Colin, trouxe uma pegada surpreendente funkeada e com arranjo que privilegiou muito a guitarra solo do San Miguel Perez, para descambar em uma jam session animadíssima com a saxofonista Scheila Gonzalez, magnífica, solando por muito tempo e o público vibrava aos gritos mais do que espontâneos. Enquanto aquele cheiro de maresia pairava no ar, tivemos tempo para Mr Ray mostrar suas habilidades da guitarra solo.

Um parágrafo a parte para falar da incrível backing vocal Cecilia Noel: pensem numa pessoa feliz, animada e competente e multiplique por 10. Essa é a Cecília.
Ela foi uma espécie de segunda líder do Men At Work no palco, brincando com os músicos e plateia, mostrando para cada um de nós que o Rock And Roll é o elixir da juventude.

A plateia estava curtindo e respeitando, mas faltavam os hits e o primeiro foi a sensacional “Who Can It Be Now” e um pouco mais à frente veio a indefectível “It’s A Mistake”. Me arrisco a dizer que 90% do público presente é proveniente da (minha) geração Fluminense FM, A Maldita, que foi a pioneira e introduziu a surf music, como era chamada a pela gente os artistas vindos da Austrália nos anos 80.


Quando os primeiros acordes de flauta de “Down Under” foram tocados, o que veio foi uma explosão. Eu não conseguia mais ouvir a voz do Colin e nem dos backings é claro. Foi mais um dos momentos inesquecíveis presenciados por mim em um show ao vivo, diria mais, foi uma celebração a tudo aquilo que aconteceu na provavelmente melhor época da música, é claro que eu estou falando dos anos 80.

No Bis, eles vieram com a belíssima “Overkill”, minha preferida e que me levaram a um tempo inesquecível da minha vida amorosa, mas deixa eu falar baixo, senão a patroa me coloca para fora de casa(RS). A dobradinha final veio com “Into My Life“, o maior hit de Colin Hay no Brasil, para finalizar com a incrível “Be Good Johnny“, outra que teve uma repercussão absurda.

 

Final de um excelente show, onde mais uma vez podemos presenciar a qualidade das canções de Colin Hay e eu no caso além de presenciar mais um show memorável, ganhei de presente uma dengue que me impediu de entregar a minha resenha no tempo devido.

Nosso agradecimento a Midiorama pela cortesia e credenciamento.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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