Resenha: Lords of Black – “Mechanics Of Predacity” (2024)
Os espanhóis do Lords Of Black, retornam com seu sexto álbum, após um hiato de dois anos sem lançamentos. Nesse período, o fundador, compositor e guitarrista Tony Hernando manteve-se ocupado com outros projetos, destacando-se especialmente o fantástico segundo álbum de Restless Spirits, lançado em 2022. Enquanto isso, o vocalista Ronnie Romero esteve em turnê e gravando com vários artistas, incluindo Michael Schenker, Elegant Weapons, Gotus e Sunstorm.
O trabalho anterior do LOB, ‘Alchemy Of Souls’ (parte um lançada em novembro de 2020 e parte dois em outubro de 2021), foi um marco na carreira da banda, nos deixando curiosos sobre como eles poderiam superar essa obra-prima. A resposta vem com ‘Mechanics Of Predacity’, lançado pela Frontiers Music e trazido ao Brasil pela Shinigami Records, que se revela igualmente icônico e essencial. Embora mantendo seu estilo característico, o novo álbum apresenta um som mais pesado, sombrio e intenso. Desta vez, a banda se afasta um pouco do metal progressivo, focando mais no heavy metal com melodias impactantes. Eles deixaram de lado as melodias cativantes, sua marca registrada, para enfatizar composições mais robustas.
A estrutura das faixas segue o esquema usual de Hernando: introduções longas e poderosas, que gradualmente ou explosivamente constroem um som metal com solos de guitarra espetaculares. Diferente dos trabalhos anteriores, este álbum quase não contém interlúdios de piano, exceto em “A World That’s Departed”, que nos brinda com um belo solo de piano, lembrando que o LOB ainda aprecia elementos instrumentais épicos.
Há surpresas agradáveis no álbum, como “Can We Be Heroes Again”, que se aproxima do pop com uma melodia lírica e a performance vocal de Romero evocando o estilo de Freddie Mercury.
Liricamente, a banda continua atual, abordando questões sociais e fenômenos humanos. Desta vez, eles exploram a predacidade, com suas ramificações em ganância, poder e malevolência. No entanto, assim como em ‘Anatomy Of Souls’, há uma mensagem de esperança, destacando a bondade e o amor como luzes no fim do túnel. É um álbum que vale a pena ser ouvido, tanto pelas letras quanto pela excelente música.
NOTA: 7
