Resenha: Siegrid Ingrid – “Back From Hell” (2023)

Após 24 longos anos sem lançar um full-lenght, os paulistanos do Siegrid Ingrid estão de volta com o seu terceiro álbum, “Back From Hell“. E voltaram mais insanos do que nunca!

É bem verdade que destes 24 anos, a banda ficou mais da metade, 13 anos, em inatividade. Eles retornaram em 2015 e haviam lançado apenas dois singles, em 2020. Estes singles, aliás, nem entraram no sucessor de “The Corpse Falls“. E o tempo só ajudou aos veteranos, com quase 35 anos de existência, a banda traz um álbum que justifica o fato de o Brasil ser um grande celeiro de bandas de Metal, sobretudo quando nos referimos às vertentes mais pesadas e extremas do estilo criado por Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward.

A bolacha foi lançada em 5 de novembro, com edição física sendo lançada em 2 de dezembro em uma parceria entre Cogumelo, Voice Music, Tumba, Rock Brigade Recorda, Fuck It All Records, BC Noise Records, Tu Pank Records, Lokaos, Undergrind Records, Two Beers Or Not Two Beers e Cianeto Discos. A produção é assinada por Michel Oliveira e o álbum é recheado de convidados especiais: Mayara Puertas, frontwoman do Torture Squad é a mais relevante, cantou em “Dead Inside“, mas também temos por aqui o vocalista Henrique Fogaça (Oitão), em “Fuck! I Hate You“, o também vocalista Rohh Krammer (Nephal), na faixa “Never Again”, além do guitarrista Wecko, que foi o responsável pelas gravações das minhas vocais. A arte gráfica, belíssima por sinal, é assinada pelo baterista Herbert Loureiro.

Bolacha rolando, temos uma pérola preciosa em forma de Thrash Metal, com abertura para o Crossover e partes com muito groove. O disco é pesado, brutal e em 29 breves minutos temos uma amostra do quanto a estrada faz bem a uma banda. São 9 petardos além de uma intro, que abre os trabalhos. Após a audição, a sensação é de ter sido esmagado, tamanha a letalidade do material composto pelos caras. Das nove canções, três são cantadas em nossa língua-mãe.

Os grandes destaques do play são a faixa “Dead Inside“, que retrata os abusos contra as mulheres, coisa que acontece todos os dias e que deve ser repudiado e combatido de todas as formas por todos nós, “Nojo“, “Fuck! I Hate You“, “Never Again” e “Suffocated” estão entre as que se destacam, embora o álbum não tenha uma música ruim sequer. O timbre das guitarras está absolutamente fantástico, mas a cereja do bolo deste “Back From Hell” está na performance do baterista Herbert Loureiro. Além da afinação de sua bateria estar perfeita, sua condução, seja nas peças de cima de seu kit, seja no seu bumbo duplo, são as partes mais prazerosas de se ouvir neste play.

Ao final da audição, a única coisa que o ouvinte quer é dar play de novo, pois “Back From Hell” é simplesmente impossível escutar uma vez só. E mais ainda, impossível escutar sem permanecer inerte. É Thrashão bruto e o melhor, Made in Brazil.

NOTA: 9.0

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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