In Flames – “Foregone” (2023)
O In Flames é sem sombra de dúvidas uma das bandas mais, digamos, fluidas do heavy metal mundial. Já se vão três décadas de estrada, e nessa caminhada, o grupo passou por muitas mudanças sonoras, praticamente se tornando uma nova banda a cada era sua.
Obviamente, como é de se esperar, a mutações em seu som tanto agradaram, como também criaram diversos avessos aos experimentos entre o som death melódico e ida para o alternativo, quase beirando o new metal em alguns pontos.
Após isso, o In Flames fez uma mescla dessas misturas e a cada álbum foi galgando novo degraus e finalmente, chegamos a “Foregon”, o 14° disco da carreira, que foi lançado pela Nuclear Blast Records e distribuído pela Shinigami Records em uma bela edição enluvada. De cara, adianto, o disco é bom. Talvez, mais conciso e bem amarrado em uns 15 anos de lançamentos. Aqui encontramos a estreia de Chris Broderick, ex Megadeth e ex Nevermore, que se torna uma peça de peso ao time.
Entre 12 faixas, vemos o In Flames um pouco mais contido e sem se arriscar tanto, voltando mais próximo de suas raízes do que qualquer outro lançamento anterior recente, mas não pense que a banda abandona o toque do moderno, pois eles estão lá também.
É após o início quase prelúdio de um dedilhado, “State of Slow Decay” chega fazendo um arrasa quarteirão nos versos, e no refrão, a fórmula “chiclete” da banda surge em um refrão que quebra o andamento agressivo e prima em melodias grudentas iniciando o disco em alta. “Meet Your Maker” continua a agressividade e seu pescoço vai pedir arrego na introdução. E lá vamos nós para outro grande refrão e um grande solo, arrisco dizer um dos mais bem feitos pela banda. A faixa título é outro furacão, que só irá te dar descanso lá para mais de dois minutos. “Pure Light of Mind” já aproxima dos ares mais alternativos e melódicos, sendo um dos momentos mais diferentes do disco. “The Great Deceiver” poderia facilmente compor “Come Clarity”, disco que coroou a mudança, e a referida faixa, é boa, mas acaba por passar despercebida, exceto mais uma vez pelo belo solo que apresenta. “In The Dark” é destaque e é uma música intrincada, tocada em contra tempo e atmosférica, com vocais de Anders macabros e grotescos, compondo o clima que a faixa pretende. Daqui para frente, o álbum acaba sofrendo uma espécie de “apagão” e traz faixas neutras, que acabam não sendo tão presentes, talvez pela força da abertura. As coisas se saem melhor no encerramento “End The Transmission”.
Apesar de alguns escorregões, “Foregon” vai trazer bons momentos aos fãs de longa data do In Flames. Essas pequenas vírgulas, não tiram o fator de ser, como dito antes, o trabalho mais consistente que o grupo entrega e consegue revirar suas raízes sem simplesmente se ancorar em saudosismo.
NOTA: 7
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