Rainbow: há 46 anos banda lançava o icônico álbum “Long Live Rock N’ Roll”

Há 46 anos, em 9 de abril de 1978, o Rainbow lançava um de seus álbuns mais icônicos, sendo que alguns o consideram como o maior de todos: “Long Live Rock ‘n’ Roll“, o terceiro disco deste supergrupo, que é tema do nosso bate-papo de hoje.

O aniversariante do dia marca a despedida de Ronnie James Dio, que no ano seguinte iria substituir ninguém menos que Ozzy Osbourne no Black Sabbath. Marca também as estreias do baixista Bob Daisley e do tecladista David Stone. Eles não participaram de todas as sessões de gravações do álbum, uma vez que o álbum foi registrado em dois períodos distintos, o primeiro entre os meses de abril e julho e depois em dezembro de 1977. Neste intervalo, os dois foram recrutados para a turnê pela Europa que o Rainbow tinha agendada e assim sendo, eles participaram da última etapa de gravações. Bob Daisley gravou o baixo nas músicas “Kill the King”, “Sensitive to Light” e em “Gates of Babylon“, enquanto que as demais partes foram tocadas por Ritchie Blackmore. David Stone, por sua vez, gravou suas partes mas músicas “Gates of Babylon“, “Kill the King“, “The Shed” e em “L.A. Connection“.

A banda vinha de um ótimo álbum, “Rising“, lançado em 1976 e colhia os frutos desse trabalho bem feito. Desta feita, eles foram para o Strawberry Studio, localizado em Château d’Hérouville, na França. A produção ficou a cargo de Martin Birch, que havia assinado os outros dois álbuns da banda e aqui faria seu último trabalho com o Rainbow. Depois ainda produziria dois álbuns do Black Sabbath (“Heaven and Hell” e “Mob Rules“) e depois faria história com um “tal” de Iron Maiden.

Uma curiosidade é o fato de a música “Kill the King” já era conhecida do público quando foi lançada aqui neste álbum. A banda já a tocava ao vivo desde 1976 e ela figura no álbum “On Stage“, que tem registros de apresentações do Rainbow pela Alemanha e Japão, durante a “Rising World Tour“, que divulgava o disco anterior. Entre os anos de 1977 e 1978, eles tocaram por algumas vezes a faixa-título e “L.A. Connection“.

Outro fato curioso diz respeito à arte do álbum. Na parte interna do encarte, há uma foto de uma multidão em um show, tendo algumas pessoas segurando uma placa com o nome do álbum. A imagem é real, porém, com alguns retoques. Aquelas pessoas estavam em um show do Rush e, obviamente, a mensagem escrita na placa não era a do nosso homenageado. Quem quiser conferir a imagem original, basta procurar pelo documentário “Beyond the Light Stage“, que conta a história do trio canadense, lançado em 2010.

Musicalmente temos um baita álbum, que em 39 minutos de extensão podemos nos deliciar com o melhor do que o Hard Rock dos anos 1970 poderia nos oferecer e que, do ponto de vista lírico, foi de grande influência para uma vertente do Heavy Metal que surgiria na década seguinte: o Power Metal. As bandas que vieram depois usaram “Long Live Rock ‘n’ Roll” como inspiração para temas de fantasia. A faixa título é sempre lembrada quando se fala no nome de Ronnie James Dio, ainda que hajam outras faixas sensacionais.

O álbum marca o fim de um grande ciclo, pois Ritchie Blackmore resolveu mudar drasticamente o direcionamento musical da banda, apostando mais no Pop-Rock que era praticado nos Estados Unidos . É apontado por muitos como o último grande álbum do Rainbow e nos charts pelo mundo, obteve boa performance: 7° no Reino Unido, 9° no Japão, 11° na Holanda, 12° na Noruega, 14° na Finlândia, 18° na Suécia, 43° na Austrália, 89° na “Billboard 200” e 94° no Canadá. No ano de 2013, o álbum figurou nos charts japoneses na 72ª posição. Os singles “Long Live Rock ‘n’ Roll” e “L.A. Connection” figuraram nos charts britânicos, na 33ª e 40ª posição, respectivamente.

Long Live Rock ‘n’ Roll” foi certificado com Disco de Prata no Reino Unido, além de receber indicações, como das revistas britânicas Record Collector e Classic Rock, além da alemã Rock Hard, que criaram listas dos maiores álbuns de todos os tempos. Além de todo o reconhecimento dos fãs e de músicos. O Blackmore pode ser marrento, mas ele sabe fazer boa música. E quando acompanhado de genuínos talentos, a empreitada fica bem mais facilitada.

Logo depois Blackmore demitiu Dio e a banda seria praticamente toda reformulada. Para se ter uma ideia, no álbum subsequente, “Down to Earth“, lançado apenas um ano depois, só tinha Cozy Powell como remanescente, e este seria o último álbum com o baterista. Mas isso é assunto para outra data, hoje é dia de celebrar esse belíssimo álbum, escutando-o no volume máximo. E como eu sempre digo aqui, “eu ouço gente morta!” E tenho orgulho disso.

Long Live Rock ‘n’ Roll – Rainbow
Data de lançamento – 09/04/1978
Gravadora – Polydor

Faixas:
01 – Long Live Rock ‘n’ Roll
02 – Lady of the Lake
03 – L.A. Connection
04 – Gates of Babylon
05 – Kill the King
06 – The Shed (Subtle)
07 – Sensitive to Light
08 – Rainbow Eyes

Formação:
Ritchie Blackmore – guitarra/ baixo
Ronnie James Dio – vocal
Cozy Powell – bateria
David Stone – teclado
Bob Daisley – baixo

Participações especiais:
Rudi Risavy – flauta em “Rainbow Eyes”
Ottmar Machan – viola em “Rainbow Eyes”
Bavarian String Ensemble – cordas em “Gates of Babylon”
Tony Carey – teclados
Ferenc Kiss – violino em “Rainbow Eyes”
Nico Nicollic – violino em “Rainbow Eyes”
Karl Heinz Feit – cello em “Rainbow Eyes”

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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