Resenha: Blaze Bayley – “Circle of Stone” (2024)

Dois anos depois de seu último álbum, “War Within me” e menos de um ano depois de sofrer um ataque cardíaco que por muito pouco não o tirou de nós, o homem está de volta: Blaze Bayley está com novo play na área e é com uma alegria sem tamanho que vamos lhes contar nossas impressões sobre “Circle of Stone“, o oitavo álbum solo desta lenda, e o 11° desde que ele deixou o Iron Maiden.

Quem o escuta neste novo play e não está atualizado sobre os problemas de saúde enfrentados por Blaze, nem imagina que ele quase partiu dessa para pior, pois sua performance vocal está absurdamente maravilhosa. Ele segue com seus parceiros Chris e Luke Appletown, Martin McNee e Karl Schramm, que são também integrantes da banda Absolva. Eles além de se apresentarem como banda de apoio de Blaze, ainda se apresentam como banda de abertura e alguns brasileiros tiveram a honra de conferir ao vivo, quando o frontman passou por aqui, no início de 2020, antes de a pandemia mudar de uma vez por todos o nosso modo de vida aqui neste mundo.

O álbum é dotado de uma energia contagiante. Muito bem tocado, bem produzido e a voz inconfundível de Blaze, que foi tão massacrado quando ocupou o lugar de Bruce Dickinson no Iron Maiden, mas agora ele se encontrou e depois de muito tempo volta a lançar um grande álbum. O próprio Blaze Bayley assina a produção, em parceria com Chris Appletown. A bolacha saiu mais uma vez pelo selo de Blaze, a Blaze Bayley Recordings.

As cinco primeiras faixas são alguns dos melhores momentos de toda a carreira de Blaze: “Mind Reader“, talvez a melhor do play, curta e direta, mas temos também outros grandes momentos como “Tears in Rain”, “Rage“, “The Year Beyond This Year” e “Ghost in the Bottle” mostram o velho Blaze com uma sede de menino, proporcionando grandes momentos. “The Broken Man” meio que dá uma quebrada no ritmo mais acelerado das músicas, mas não deixa de ser uma grande canção. “The Call of the Ancestors” é um pequeno interlúdio e traz até uma gaita de fole e a faixa título é tão pesada que nos remete ao primeiro álbum de Blaze pós-Iron Maiden, o não menos maravilhoso “Silicon Messiah”, só que aqui temos uma pegada mais Power Metal, e lá era peso puro.

O álbum é bem curto, 44 minutos divididos entre 12 canções, sendo que apenas duas delas têm mais de cinco minutos de extensão. As músicas, embora bem curtas, não são simples, há uma complexidade nas canções, como podemos observar nas palhetadas de guitarra em “Absence“, que em alguns momentos, lembra demais o Judas Priest. Temos até os duetos de guitarras que lembram sua ex-banda, sim, o Iron Maiden, e podemos perceber isso na faixa “The Path of Righteous Man“. Blaze tem ótimas referências e a banda que lhe acompanha é muitíssimo acima da média.

Dois vocalistas com passagens pelo Iron Maiden com álbuns lançados em um curto espaço de tempo, o de Bruce ainda não foi lançado, mas já foi vazado na internet. Não se trata de comparar ambos, já basta a maldade com a qual Blaze foi submetido quando passou seus anos no Iron Maiden, mas em um hipotético duelo dos lançamentos, Blaze teve uma performance muito superior ao grandioso Bruce. O ano está apenas começando, mas este “Circle of Stone” já nasceu sério candidato a figurar nas típicas listas de melhores do ano, a qual todos nós estamos habituados a compilar. Recomendado para fãs de Heavy Metal, independente da vertente.

NOTA: 8.0

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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