Resenha: Judas Priest – “Invincible Shield” (2024)

Os fãs do Judas Priest levaram praticamente seis anos para esperar um novo álbum. 3 anos e 365 dias, para ser mais exato, por conta de 2024 ser um ano bissexto, já que “Firepower” foi lançado em 9 de março de 2018 e o novo play lançado neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A espera foi dolorosa para os fãs, com uma pandemia no meio e diversas vidas ceifadas neste período, mas eles voltaram com tudo em “Invincible Shield“.

Este é o 20° álbum de carreira desta que certamente é uma das bandas mais importantes e influentes do Heavy Metal em todos os tempos. É também o 5° desde o retorno imponente de Mr. Rob Halford, o Metal God e o 4° sem K.K. Dowing, que tenta viver à margem do Judas Priest com seu K.K. Priest, tendo Tim Ripper Owens no vocal. Mas o assunto é o álbum novo do Judas Priest que está simplesmente sensacional e é disso que iremos tratar por aqui.

Se no já citado “Firepower” o Judas Priest já tinha dado mostras de que estava com o lado criativo em alta, neste “Invencible Shield“, a afirmação é retumbante. As composições estão em um nível estratosférico de tão excepcionais e não somente isso, temos aqui a mão do maior produtor de álbuns de Heavy Metal dos últimos vinte anos: Andy Sneap, que também atua com a banda nos shows, desta vez é o responsável por cuidar da produção e é impressionante o toque de Midas que o cara tem: tudo que ele mete a mão, fica desgraçadamente maravilhoso e o maior exemplo disso foi a remixagem que ele fez no álbum “Enemies of Reality“, lançado pelo Nevermore em 2003, que Kelly Gray quase pós tudo a perder. E aqui seu trabalho beira a perfeição, está tudo no seu lugar, todos os instrumentos perfeitamente audíveis, o que ajuda muito na hora da experiência de se apreciar o som.

A capa merece outro destaque à parte. É linda como a maioria das capas que o Judas Priest nos brincou em seus mais de 50 anos de história. Este é o sétimo álbum que tem a capa assinada por Mark Winkinson, que também já assinou capas de álbuns do Iron Maiden (“The Book of Souls” e “Senjutsu”) e também os álbuns solo de Rob Halford e Glen Tipton. Aqui ele optou por cores vivas, um escudo como se estivesse saindo das chamas com a famosa logomarca da banda.

Podemos destacar as três primeiras músicas são uma verdadeira hecatombe: “Panic Attack” nos remete ao que de melhor o Judas Priest pode nos oferecer, com guitarras poderosas e bem ao estilo de “Painkiller“. “The Serpent and the King” mantém o massacre sonoro, guitarras que você ouve e de longe percebe pelo timbre que é o Judas Priest. As guitarras quase Speed Metal em “As God is my Witness” protagonizam provavelmente a melhor das canções de todo o play, “Sons of Thunder” tem uma pegada oitentista, mas com cara mais moderna, sensacional e bem curtinha, com menos de três minutos. A banda também trafega pelo Hard Rock como em “Devil in Disguise” e “Gates of Hall“, nesta última, inclusive, tendo um baita duelo entre as guitarras de Glen Tipton e Ritchie Faulkner e o vocal poderoso de Rob Halford.

São onze músicas no total, distribuidas em 52 minutos de duração, tempo esse que é mais ligeiro do que alguns dos riffs rápidos destilados pela dupla de guitarristas, que deixaram um trabalho digno de aplausos, aliás, não só eles, mas como o quinteto como um todo, já que as batidas precisas de Scott Travis estão sensacionais, o baixo de Ian Hill está irrepreensível e Rob Halford, divino como sempre em suas imterpretacoes. “Invencible Shield” já nasce candidatíssimo ao título de melhor álbum do ano. Se uma heresia for cometida por algum cronista, fica no mínimo no top 3. O Judas Priest voltou com força total. Que não demorem tanto com o sucessor deste.

NOTA: 9,0

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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