Jerry Cantrell sobre seu canto ao longo dos anos: “melhorei nisso”
Foto: Marcio Machado
Jerry Cantrell além de guitarrista e compositor do Alice in Chains, se tornou uma peça fundamental também por dividir as vozes da banda, em muitos momentos, fazendo a parte principal de diversas músicas.
Em conversa com American Musical Supply, Cantrell falou sobre sua forma de cantar, e diz:
“Bem, foi assim que eu comecei. Quer dizer, estando ao lado do Layne Staley, eu pensei que eu realmente não preciso cantar muito. Esse cara é muito foda. Então eu estava muito feliz em ser apenas um compositor e fazer alguns backings de vez em quando. Mas ele me deu um incentivo no começo, tipo, ‘Você escreve muito dessa merda. E eu amo essas coisas. Não me entenda mal, o que estou dizendo a você, porque eu amo e amo cantar. Mas muitas dessas coisas são realmente pessoais para você . Então você deveria cantar algumas delas.’ Eu fico tipo, ‘Eu não quero fazer isso. Vamos lá. Você conseguiu.’ E ele disse, tipo, ‘Não, não. Sério, você deveria cantar algumas.’ Então eu fiz. Comecei a fazer coisas como no EP acústico, em ‘Sap’ — acho que foi a primeira vez que assumi a liderança. E então eu meio que construí a partir daí e continuei fazendo mais e mais e mais. E então, quando Layne faleceu, é claro, nós demos as boas-vindas a William. E esse modelo precisa ser mantido de um sistema de dois vocais principais que tínhamos no Alice — é meio identificável — que Layne e eu criamos com Sean e Mike. Mas eu tive que intensificar muito mais.
Eu sou como muitos caras — como Layne , por exemplo, ou Chris Cornell do Soundgarden. Tem um monte de caras que não começaram querendo ser cantores. Esses dois caras eram bateristas. Ninguém mais sabia cantar, então eles estavam, tipo, ‘Ok, tudo bem. Eu serei o cantor.’ Eles não começaram querendo ser cantores. Eu também não comecei querendo ser cantor, mas por necessidade, foi isso que aconteceu. E eu gosto de pensar que melhorei nisso e me sinto mais confiante em cada disco. Este novo em particular, acho que entrei em um território que nunca alcancei antes — um pouco mais de poder, um pouco mais de controle, um pouco mais de alcance, um pouco mais de ousadia. ‘I Want Blood’ é um disco muito exigente vocalmente. E isso é meio satisfatório, porque você ainda está se esforçando, ainda está se colocando em um lugar desconfortável que não sabe se consegue. É exatamente onde você quer estar quando está criando. ‘Não sei se consigo fazer isso.’ Você vai se dar bem fazendo isso.”
No ano passado, Jerry Cantrell trouxe o Brasil pela primeira vez sua turnê solo e você confere aqui o que rolou.
