Resenha: Till The Dirt – “Outside the Spiral” (2023)

Kelly Shaeffer, vocalista do Atheist, quis explorar mais nuances de sua voz e assim deu vida ao projeto Till the Dirt, que lança seu disco de estreia “Outside the Spiral“, que chega pela Nuclear Blast Records e é distribuído no Brasil pela Shinigami Records.

De cara vemos como o trabalho irá passear por diversos estilo, indo do nu-metal ao death metal, passando por música de verdadeira brutalidade, como as duas responsáveis pela abertura. “Starring Role” é uma paulada furiosa e enérgica, rasgando raiva em cada nota executada e “Outside the Spiral“, conta com as contribuições de Steve DiGiorgio no baixo e parece um muro de concreto monstruoso em sua introdução, caindo em um refrão que pode ser visto em algo como o encontro do Korn com o Alice in Chains. É incrível ver essa mistura rolando por aí! “Privilege” já mostra uma vertente diferente do que é mostrado antes, flertando com o industrial do Ministry encontrando alguns traços do southern rock e não me pergunte como isso é possível de acontecer. A música ainda traz um solo de Jeff Loomis. “Invitation” é furiosa, com riffs massacrantes e mostra vocais ensandecidos de Shaeffer em dos melhores momentos do disco! Absurdo. Mais adiante, a espantosa “The Good, The Bad, The Other” é algo surreal tamanha sua força e destaque que tem no seguimento, carregada de peso, climas e uma raiva que acoberta o todo e envolve no que pode ser a melhor faixa do álbum. A avalanche sonora é monstruosa e certeira e certamente deveria ter sido escolhida para finalizar o disco.

Uma das maiores e mais gratas surpresas de 2023 se encontra neste “, que consegue transitar em vários sons e ritmos, construindo um mamute sonoro sem limites e que acerta em cheio em diversos tipos de ouvido e causando ótimas dores no pescoço.

NOTA: 9

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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