Resenha: Mangini – “Invisible Signs” (2023)
Mike Mangini nem bem teve tempo de pensar em sua saída do Dream Theater, e já trouxe sua mais nova empreitada. Seu primeiro disco solo, “Invisible Signs“, foi lançado recentemente e como ele próprio havia dito em entrevistas, aos que esperavam ver algo parecido com sua nova ex banda, iriam se decepcionar.
De fato, o disco se distancia completamente do som rebuscado e exagerado que o DT tem e como o passado deve ficar no passado, Mike busca novos ares e rumos musicais e faz de seu álbum, uma porta completamente nova para seus horizontes ampliados.
Para as vozes, ele escolheu a competente Jen Majura, ex guitarrista do Evanescence e que surpreende ao soltar a voz em todas as canções e se mostra uma grande potência para o cargo.
As impressões digitais de Mangini estão todas no álbum, mas de forma mais direta, o que não quer dizer que ele poupe todas as artimanhas que ele tem guardadas na manga do seu vasto arsenal. A abertura de “Freak of Nature” é para mostrar como as coisas serão por ali. Diretas e carregas de energia e força. Podemos notar ali também, como Tony Dickinson, terá suma importância no baixo que forma a cozinha com o líder do projeto, mas sem soar apagado ou só uma base. Ao contrário, é pesado e presente. “Invisible Signs” a faixa título, vem na sequência e traz algo mais cadenciado, com bom refrão e ares do post grunge. Jen brilha em suas linhas vocais dobradas. A trilogia inicial fecha com a espetacular “Habit to Change“, que traz ótimo groove na introdução, e guitarras de Ivan Keller e Gus G. em alta, num dos melhores momentos do disco. O refrão da música é grudento, com melodias incríveis, que marcam e Gus em inspiração pura. Mangini também dá belos toques em cada detalhe e passagem durante os versos. “Not Drowning“, um dos singles do álbum, traz marcas de Mike, com “rolos” da bateria nos versos, e passagens bastante rápidas e aplicadas, com um refrão mais lento e melódico. O solo de Gus é perfeito aqui. “Deep Inside” é uma música mais lenta, mais cadenciada, mais groovada. “Saying Sorry” é a música mais “normalzinha”, que traz boas linhas vocais de Majura, mas sem ir muito além, com exceção de seu refrão que ganha melodias diferenciadas, que soam como um Alice in Chains mais “popzado”. “So Alive” é mais lenta, mas se agita em sua parte principal e talvez seja a letra que mais reflita o momento pelo qual tanto ela, como Mangini passam. “Glamorous Shades” traz o Mike de outroras, e cada nota sua é reconhecível, e mais uma vez, as dobras vocais de Jen no refrão nos remetem a algo que poderia estar dentro de algum disco do Alice in Chains. As melodias hipnóticas da forte “It’s Noise” são grandiosas, marcantes e deveriam ser responsáveis por encerrar o álbum, que acaba se alongando além do que deveria.
Ainda assim, a estreia sem amarras e compromissos de Mike Mangini é muito acertada e mostra que o homem ainda tem muita lenha para queimar. Se a banda realmente for firmada, o futuro está garantido com uma estreia agradável e com simpatia, característica que sempre foi marca do capitão.
NOTA: 7
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