Kiss: há 48 anos, os mascarados mais amados do Rock lançavam o clássico álbum “Destroyer”

Há 48 anos, em 15 de março de 1976, o Kiss, que recentemente encerrou sua turnê de despedida, lançava “Destroyer“, o álbum de número quatro dos mascarados mais amados do Rock e que é tema do nosso bate-papo por aqui.

O Kiss vinha do gigantesco sucesso que foi o álbum “Alive!“, gravado durante a turnê do álbum “Dressed to Kill“. Com um número de vendas impressionante, ο quarteto resolveu entrar em estúdio com a finalidade de gravar um novo álbum que pudesse capturar a mesma energia de uma apresentação ao vivo. E é isso que podemos perceber no aniversariante do dia.

Para conseguir tal sonoridade, foi recrutado o produtor Bob Ezrim, conhecido por ter trabalhado com Alice Cooper. E ele foi o grande responsável pela inclusão de elementos como OS corais, as vozes de garotos também orquestrações, pelas estas, ficaram a cargo da Orquestra Filarmônica de Nova Iorque. Para dar um clima de show ao vivo, ο som ficou bastante rústico, cru, o que é possível notar em praticamente todas as faixas.

Assim, entre janeiro e fevereiro de 1976, banda e produtor se trancaram no Record Plant Studios para registrar a obra, que foi lançada pela Casablanca Records. Vamos dar um passeio pelas dez faixas que marcam presença em “Destroyer“.

A abertura do play se dá com a clássica “Detroit Rock City“, que tem uma intro bem demorada, com mais de um minuto e meio. Mas quando os caras resolvem tocar, temos uma boa canção, com muita energia, destacando as viradas insanas de Peter Criss e as linhas de baixo interessantes de Gene Simmons. Não há como não tirar o chapéu para essa música. Ainda mais pelo fato dessa música ser uma homenagem a um fã que morreu em um acidente automobilístico enquanto se dirigia a um show da banda.

King of the Night Time World” tem riffs sujos e um clima que flerta com o Rock Progressivo, muito por conta do baixo de Gene Simmons que dá essa impressão. “God of Thunder” é uma espécie de blues bem atmosférico. O timbre da guitarra segue sujo, como é a proposta da banda por aqui. Chega a vez da balada e ela atende pelo nome de “Great Expectations“, que conta com um belo coral de garotos ajudando a abrilhantar a música. “Flaming Youth” encerra a primeira parte da bolacha nos trazendo um Rock setentista em uma faixa que tem menos de três minutos, tendo a primeira participação de Dick Wagner, sendo o solo de sua execução.

Temos “Sweet Pain” e seu clima psicodélico abrindo a metade final do álbum. Aqui temos Dick Wagner mais uma vez emprestando seu talento no solo. “Shout It Out Loud” aposta em um Hard Rock Rock com um refrão bem grudento. “Beth” é uma bela canção, com a participação da Orquestra Filarmônica de Nova Iorque, e os teclados do produtor Bob Ezrim, fazendo com que a música ficasse com um brilho diferente em ralação às demais, além de uma sonoridade limpa, além de nova participação de Dick Wagner, desta vez tocando violão.

Em “Do You Love me?” temos o Kiss apostando no Classic Rock e esse é um dos bons momentos do álbum. A última faixa, “Rock ‘N’ Roll Party” está escondida e é uma vinheta de encerramento e aqui temos a repetição do coral da faixa The Great Expectation, além de uma frase recitada por Paul Stanley.

E depois de apenas 34 minutos temos um disco que é um dos mais importantes da carreira dos mascarados fundamental e de importância para quem admira o som dos caras e o Rock and Roll de maneira geral. 0 sucesso foi tanto que rendeu a primeira turnê fora dos Estados Unidos. A handa fez uma série de uma série de shows pela Europa naquele ano de 1976.

Destroyer” foi colecionando boas posições nos charts ao redor do mundo: 4° na Suécia, 6° na Austrália e no Canadá, 11° na Billboard 200, 13° na Suiça, 16° na Nova Zelândia, 17° no Japão, e por aí vai. Não somente isso, foi foi certificado com duplo disco de Platina pela RIAA e no ano de 2012, contabilizava 7 milhões de cópias vendidas, mas certamente esse número é superior nos dias atuais.

A revista “Rolling Stone” classificou Ο álbum na posição número 489 em sua lista dos 500 Melhores álbuns de Todos os Tempos e a também revista americana “Blender” colocou “Destroyer” na posição de número 50 em sua lista dos 100 melhores álbuns estadunidenses de todos os tempos. Nada mal, não é mesmo?

No ano de 2012, “Destroyer” foi relançado com a capa que deveria ter sido de conhecimento do público na época de seu lançamento, ο que não ocorreu porque a gravadora entendeu que era violenta demais. Este relançamento ganhou Ο nome de Destroyer Resurrected.

Enfim, temos a celebração de um clássico de uma banda que acabou de encerrar suas atividades (N. do R: será que foi mesmo o fim da banda?). Ainda que a banda tenha cometido alguns equívocos como a playbacks utilização de em apresentações ao vivo, ο legado da banda não deve ser manchado. E “Destroyer” é a prova disso. Para os fãs, fica eternizada a vasta obra, para que seja escutada assim que a banda encerrar de vez as suas atividades.

Hoje é dia de escutar esse play no volume máximo enquanto nós comemoramos o fato de termos nascido na mesma era destes mascarados. Ainda que o Kiss nem de longe esteja entre as bandas favoritas deste redator que vos escreve, trata-se de um dos grandes pilares do Rock ‘n’ Roll e que merece todo o nosso respeito.

Destroyer – Kiss

Data de lançamento 15/03/1976

Gravadore – Casablanca Records

Faixas:

01 – Detroit Rock City

02 – King of the Night Time World

03 – God of Thunder

04 – Great Expectations

05 – Flaming Youth

06 – Sweet Pain

07 – Shout It Out Loud

08 – Beth

09 – Do You Love me?

10 – Rock “N’ Roll Party

Formação:

Gene Simmons – baixo/vocal

Paul Stanley – guitarra/vocal

Ace Frehley – guitarra

Peter Criss – bateria

Participações especiais:

Dick Wagner – guitarra solo (Flaming Youth e Sweet Pain)/ violão (Beth)

Coral de garotos de Harlem vocais (Great Expectations)

Orquestra Filarmônica de Nova Iorque – orquestrações (Beth)

David e Josh Ezrim – vocais (God of Thunder)

Bob Ezrim – teclados (Beth)

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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