Randy Blythe detona Elon Musk e a política estadunidense: “não vou engolir o fascismo!”

O vocalista Randy Blythe, do Lamb of God, como muitos, já havia reprovado a postura do bilionário Elon Musk, quando este fez a saudação nazista, durante a posse do presidente estadunidense, Donald Trump. Em entrevista à NME, ele foi enfático ao criticar a tendência da extrema-direita no cenário político internacional.

“O que vejo não é a versão italiana do fascismo ou algo assim, não essa estrutura política específica, mas o tipo de marcas registradas e os primeiros sinais desse tipo de coisa. Eu venho da cena punk rock e temos alertado sobre isso há muito tempo. Há uma banda chamada Corrosion Of Conformity que lançou um disco nos anos 80 chamado ‘Technocracy’, e é nisso que estamos nos dirigindo agora.

Quando você tem o homem mais rico do mundo dando o que é uma saudação nazista… Isso não foi um erro do caralho. Ele fez isso duas vezes. As pessoas podem dizer que ele é autodiagnosticado como autista ou que ele estava dando seu coração, blá, blá, blá. Vá se foder, sabe? Se temos medo de dizer, ‘Ei, isso não é legal’, estamos ferrados. Eu não vou engolir essa besteira, e não vou concordar com o fascismo. Foda-se.

Não sei se você pode publicar essa merda ou não, mas fico muito chateado com essas coisas. É perigoso e você está vendo isso não apenas na América, mas em outras partes do mundo também. O poder está se consolidando. Tudo o que você precisa fazer é seguir o dinheiro. Se você olhar para a posse de Trump, quantos bilionários da tecnologia existem? Alguém como Elon Musk, ele não está fazendo isso por dinheiro, ele tem todo o dinheiro do mundo. Alguns de seus contemporâneos disseram que ele está entediado com dinheiro, agora é hora de poder. É simplesmente óbvio, e qualquer um que não consegue ver isso é cego.”

Quando perguntado sobre a falta de engajamento das pessoas que exigem uma mudança e acaban apoiando regimes autoritários, Blythe declarou o seguinte:

“Bem, há uma grande diferença entre mim e Elon Musk. Com alguns funcionários eleitos, tem que haver um ponto em comum, mas eu não confio em políticos. Nunca confiei. Eu venho da cena punk rock. Aprendi minhas lições com o Black Flag e os Sex Pistols. Mas não acredito que todos os políticos sejam pessoas más e maquiavélicas que querem te pegar. Acredito que muitos deles começam com uma intenção honesta de servir ao povo. O problema, eu acho, é o sistema, e há uma desconexão entre a pessoa trabalhadora e as pessoas no poder.

Na América, há essa desconexão em que você sente que seu voto não conta – portanto, as pessoas não se envolvem no processo político tanto quanto poderiam. Então, acho que há um pouco de desconexão entre a pessoa comum e as pessoas que podem afetar a mudança. A única maneira, eu acho, de mudar isso é se envolver politicamente. Acredito que a apatia e o sentimento de desesperança e impotência é o que nos trouxe onde estamos. As pessoas querem uma solução entregue a elas e, lamentavelmente, isso não funciona. Você tem que se envolver com o mundo. Você tem que se envolver com a política se quiser mudar alguma coisa.

Randy acabou de lançar seu mais novo livro, “Just Beyond The Light: Making Peace With The Wars Inside Our Head“, que é a continuação de seu livro anterior, “Dark Days“, de 2015, onde ele conta como as próprias experiências podem fazer uma pessoa melhorar a sua vida e as coisas ao seu redor.

Fonte; NME

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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