Roger Waters leva sua apoteose musical com mensagem de paz e um mundo melhor ao Rio de Janeiro

Texto por: Anderson Claudino
Fotos: Marcos Hermes

Neste sábado (28),  o Estádio Nilton Santos (Engenhão), teve seu espaço e arquibancadas tomado por fãs de várias gerações para presenciar um dos maiores nomes da história do rock… Roger Waters, um dos fundadores do Pink Floyd.

Com seus 80 anos distribuiu carisma e muita energia para o público em um show impecável, misturando canções clássicas do Floyd e carreira solo de Waters .

Com os avisos já conhecidos antes do início do show da turnê This is not a Drill: em meio a uma risada de que isso não será cumprido, ele pede ao público que “em consideração aos demais, desliguem os seus celulares”. Em segundo lugar, o aviso: “Se você é um daqueles fãs de Pink Floyd que não suportam a política do Roger, vaza pro bar”.

Avisos dados, em meio ao barulhos de trovões e uma cidade parcialmente destruída em meio a tempestade passando nos 4 telões divididos que nos trazia a sensação de estarmos no local, o show tem seu início.

Waters vestido de médico vem empurrando um senhor idoso em uma cadeira de rodas, “confortavelmente entorpecido” em sua camisa de forças, fazendo alusão ao que seria a primeira canção: “Confortably Numb”.

Em meio a fogos e avisos nos telões fazendo críticas ao governo, “Another Brick in the Wall, part 2 e part 3” leva o público ao delírio. A aula segue com “The Powers That Be”, criticando com mensagens e imagens no telão o abuso do poder de presidentes americanos como Regan, seguida de “The Bar” com Waters nos pianos e “Have a Cigar”.

A balada “Wish You Were Here”, leva os casais apaixonados a se abraçarem e cantar junto com todos ali presente, seguida de “Shine on You Crazy Diamond” e uma homenagem a Syd Barrett, que faleceu em 2006.

“Sheep” encerra o primeiro ato, com uma ovelha gigante flutuando em meio a multidão ensandecida. E Waters apresenta sua banda que inclui as cantoras de apoio Shanay Johnson e Amanda Belair, destaques ao lado dos guitarristas Dave Kilminster e Jonathan Wilson.

Após a pausa de 20 minutos, o show retorna com Rogers agora na cadeira de rodas despertando de seu entorpecimento em “In the Flesh”. Canção do The Wall , que foi anunciada por um porco gigante voando pelo estádio com a frase “He’s Mad Don’t Listen. You’re up against the wall right now” (“Ele está bravo, não dê ouvidos. Você está contra a parede agora”).

Na sequência temos “Run Like Hell” onde Waters incita a galera a interagir que responde a altura com as mão ao ar e batendo palmas que na sequência se silencia com as imagens nos telões e as críticas aos ataques a Bagdá em 2007, realizado pelos EUA, iniciando a canção “Déjà Vu” que se encerra com o pedido “Stop The Genocide” e uma mensagem muito forte sobre Direitos Iguais nos deixando a reflexão.

O segundo ato segue com canções como: “Is This the Life We Really Want?”, a clássica “Money” que vem acompanhada de um solo de sax fenomenal  e “Us and Them”.

O estádio é pintando com luzes em direção ao palco formando as cores do prisma do clássico álbum “The Other Side Of The Moon” ao som de “Two Suns in the Sunset” e segue com “Eclipse” e se encerra com a reprise de “The Bar”.

Um show perfeito, com muita tecnologia, mensagens fortes que vão além da política e nos levam a pensar em um mundo melhor em que possamos viver em harmonia independente de religião, credo, cor, sexualidade. O espetáculo ainda contou com a presença magistral de um gênio da nossa música, Milton Nascimento que estava em um lugar vip da plateia.

Momento que permeará  para sempre a mente e os corações dos que lá estavam. Que esta “despedida” de Roger Waters e sua incrível banda seja apenas um até breve.

Setlist Primeiro Ato:

– Comfortably Numb

– The Happiest Days of Our Lives

– Another Brick in the Wall, Part 2

– Another Brick in the Wall, Part 3

– The Powers That Be

– The Bravery of Being Out of Range

– The Bar

– Have a Cigar

– Wish You Were Here

– Shine On You Crazy Diamond

– Sheep

Segundo Ato:

– In the Flesh

– Run Like Hell

– Déjà Vu

– Is This the Life We Really Want?

– Money

– Us and Them

– Any Colour You Like

– Brain Damage

– Eclipse

– Two Suns in the Sunset

– The Bar (Reprise)

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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