Frances Bean Cobain, filha de Kurt Cobain, faz emocionada homenagem nos 30 anos da morte do pai
Neste sexta-feira (5), completam-se três décadas da morte de Kurt Cobain.
Sua única filha, Frances Bean Cobain, fruto do relacionamento com Courtney Love, escreveu uma carta emocionada direcionada ao pai na data. Ela disse:
“Há 30 anos, a vida do meu pai terminou. A segunda e terceira fotos capturam a última vez que estivemos juntos enquanto ele ainda estava vivo. Sua mãe, Wendy, costumava pressionar minhas mãos em suas bochechas e dizer, com uma tristeza acalentadora: “você tem as mãos dele”. Ela as inspirava como se fosse sua única chance de segurá-lo um pouco mais perto, congelado no tempo. Espero que ela esteja segurando suas mãos onde quer que estejam. Nos últimos 30 anos, minhas ideias sobre a perda têm estado em uma forma contínua de metamorfose. A maior lição aprendida através do luto, por quase tanto tempo quanto tenho consciência, é que ele serve a um propósito. A dualidade da vida e da morte, da dor e da alegria, do yin e do yang, precisam existir lado a lado ou nada disso teria qualquer significado. É a natureza impermanente da existência humana que nos lança às profundezas de nossas vidas mais autênticas. No fim, não há maior motivação para abraçar a consciência amorosa do que saber que tudo termina.
Eu queria ter conhecido meu pai. Eu queria conhecer a cadência de sua voz, como ele gostava do seu café ou como era sentir-se aconchegada após uma história na hora de dormir. Sempre me perguntei se ele teria pego girinos comigo durante os úmidos verões de Washington, ou se ele cheirava a Camel Lights e Nesquik de morango (seus favoritos, me disseram). Mas também há uma profunda sabedoria em estar em um caminho acelerado para entender o quão preciosa é a vida. Ele me deu uma lição sobre a morte que só pode vir através da experiência VIVIDA de perder alguém. É o presente de saber com certeza que, quando nos amamos e amamos aqueles ao nosso redor com compaixão, com abertura, com graça, nosso tempo aqui se torna inerentemente mais significativo.
Kurt me escreveu uma carta antes de eu nascer. A última linha dela diz: “onde quer que você vá, ou onde quer que eu vá, eu sempre estarei com você.” Ele manteve essa promessa porque está presente de muitas maneiras. Seja ouvindo uma música ou através das mãos que compartilhamos, nesses momentos eu passo um tempo com meu pai e ele parece transcender.
Para quem já se perguntou como seria viver ao lado das pessoas que perderam, estou pensando em vocês hoje. O significado de nosso luto é o mesmo”
Frances tinha apenas 2 anos de idade quando Kurt morreu.