Rush: 41 anos de “Signals” e a entrada de cabeça nos sintetizadores

Este final de semana atual é especial para o Rush. Ontem o álbum “Hold Your Fire” foi o aniversariante do dia. A bola da vez deste sábado é “Signals“, que foi lançado em 9 de setembro de 1982, o nono álbum da carreira deste adorável power-trio.

O trio vinha do seu mais bem sucedido álbum de sempre, o poderoso “Moving Pictures” e tendo um álbum ao vivo entre esse citado e o aniversariante do dia, o igualmente ótimo “Exit… Stage Left”, o segundo registro da banda nos palcos. O processo de composição do álbum começou durante a turnê e foi se intensificando durante a mixagem do álbum ao vivo. ‘Signals” mostra a banda se aprofundando na sonoridade mais comercial, que foi timidamente adotada no álbum anterior, além de ser o marco do uso dos sintetizadores, que parecia ser algo definitivo, mas, felizmente, abandonada por completo na década seguinte.

A turnê  de “Moving Pictures” se encerrou em julho de 1981 e como eles conseguiram escrever algum material durante esta, eles conseguiram gravar em fitas um pouco do que viria a ser as músicas de “Signals“. Entre setembro e dezembro do mesmo ano, o trio saiu em turnê pela América do Norte e Europa, já incluindo a música “Subdivisions“. Geddy Lee havia afirmado que seria fácil e cômodo a banda apostar na bola de segurança e escrever um novo “Moving Pictures“, mas eles optaram em ousar. Lee continua, dizendo que esse álbum foi o início de uma nova era para a banda, pois eles estavam abandonado as guitarras como destaque nas músicas, para privilegiar os teclados e sintetizadores, como muitas das bandas contemporâneas passaram também a fazer.

Este foi também o último álbum a contar com a produção de Terry Brown, parceiro de longa data e com quem o Rush trabalhou desde o álbum de estreia, em 1974. O produtor juntou se a banda no Le Studio, em Quebec, entre abril e meados de julho de 1982 gravando o vindouro play. É importante frisar que parte do material que virou “Signals” foi inicialmente escrito para se tornar material solo tanto de Geddy Lee quanto de Alex Lifeson, mas no final das contas se tornou material do Rush.

A capa, bem simples, tem uma fotografia de um cão da raça dálmata, cheirando um hidrante. O crédito da foto é para Deborah Samuel, enquanto que todo o conceito é ideia do artista Hugh Syme. A curiosidade para que a fotógrafa conseguisse encontrar o momento perfeito para clicar o cãozinho cheirando o hidrante foi colocar biscoitos caninos embaixo do referido hidrante, aguçando assim o olfato do animal e possibilitando a imagem. Deborah fez o registro a partir do telhado do seu estúdio.

Botando a bolacha para rolar, temos dois super clássicos da banda: “Subdivisions” e “The Analog Kid“. A primeira com uma pegada mais futurista, já mostrando os teclados como os protagonistas, tendo a bateria de Neil Peart como a cereja do bolo. Já a segunda faixa ébm um belo Rockão, onde a guitarra volta a brilhar, mas não sozinha. Geddy Lee com ótimo timbre no seu baixo e novamente Neil Peart, fazem desta música mais que especial. O álbum começou muito bem, obrigado.

Chemistry“, a faixa número três é bem correta, e devolve a banda ao caminho dos sintetizadores, porém, há um belo solo por Alex Lifeson. Em “Digital Man“, os flertes com o reggae, que aconteceram em “Moving Pictures“, retornarm, mas desta feita, misturada a partes mais Rock. Essa é mais uma das músicas que volta e meia entravam no repertório da banda nos shows.

Se você está no vinil, é hora de virar o lado da grande bolacha e a audição continua com “The Weapon (Part II of Fear)”, a faixa que abre a metade final. Com uma pegada mais Pop/ New Wave, a faixa é bastante experimental e não empolga tanto. Mas felizmente, uma boa canção chega para levantar o nível do álbum: “New World Man“, que também se tornou popular e presente nas apresentações. Tem um clima mais Pop, ainda que as guitarras estejam presentes. Geddy Lee usa efeitos na voz.

Temos mais  experimentalismo em “Losing it”, uma faixa que beira a monotonia em seus quase cinco minutos. Em “Countdown“, a banda se lembra um pouco dos tempos de Rock Progressivo e temos o final com uma boa canção, onde o baixo de Geddy Lee soa bastante pesado, ainda que ele coloque um solo de teclado, meio que destoando do restante da música.

São 43 minutos e um álbum que se distancia bastante do antecessor, mas que tem seus bons momentos. A partir deste, a banda mergulhou na sonoridade mais moderna durante o restante da década. O álbum alcançou o topo das paradas canadenses, ficou em 3° no Reino Unido, 10° na “Billboard 200”, 19° na Suécia, 31° na Holanda e 33° na Noruega. Foi certificado com Disco de Prata no Reino Unido e Platina no Canadá e nos Estados Unidos.

Signals” foi relançado em três oportunidades: em 1994 saiu em CD, em 2011 em CD e DVD e por fim, em 2015, saiu em versão vinil e nas plataformas digitais. É um álbum de extrema importância na carreira do maior power-trio da história da música.

Enfim, hoje é dia de celebrarmos esse belo play, que já passa das 4 décadas e envelhece bem, obrigado. O Rush não está mais na atividade, mas vamos daqui dando a nossa colaboração para manter vivo o legado destes três gênios da música. Os imortais Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart. Eles são alguns dos maiores heróis do Rock de todos os tempos.

Signals – Rush
Data de lançamento – 09/09/1982
Gravadora – Anthem

Faixas:
01 – Subdivisions
02 – The Analog Kid
03 – Chemistry
04 – Digital Man
05 – The Weapon (Part II of Fear)
06 – New World Man
07 – Losing it
08 – Countdown

Formação:
Geddy Lee – baixo/ vocal/ sintetizadores/ teclado
Alex Lifeson – guitarra/ violão
Neil Peart – bateria/ percussão/ vocal em “Subdivisions

Participação especial:
Ben Mink – violino elétrico em “Losing it”

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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